terça-feira, 19 de julho de 2011

JORDANIA - UMA DADIVA DE PETRA


 JORDÂNIA - UMA DÁDIVA DE PETRA





(Desde os tempos da Rota da Seda)
Feita para a relação Nilo/ Egito, a frase cai como uma luva para a relacão Jordânia/Petra. O conjunto é mais e maior  do que o país em que esta inserido.

  Sem dúvida Petra é dos monumentos mais fascinantes do mundo, quiçá o mais. Ainda não conheço as muralhas da China, os templos perdidos do Cambodja – Angkor Vat, Machu Pichu, mas não consigo imaginar algo tão colorido e alegre como aquelas pedras rosadas esculpidas por Deus e por habilidosos Nabateus e durante muito tempo esquecidas  no Reino Iachemita da Jordânia (nome oficial do País), tendo como pano de fundo  o céu do azul mais profundo.

  O país é organizado, limpo. O progresso é visível em Amman. A construção civil vai de vento em popa. Há bairros novos, cheio de  casas  (palacetes) em construção ou recém construídas.


 Dizem os locais que são propriedades dos iraquianos milionários. Aqueles que deixaram o povo brigando e estão apreciando a guerra à beira de uma piscina, no hiper conforto de suas mansões . O  luxo e a  ostentação estão ali, a vista de todos. Surge uma camada social nova, que, se por um lado trouxe progresso e dinheiro para o país (e a que custo!), por outro inflacionou o custo de vida da população nativa. Assim...., a primeira vista,  parece que os benefícios  para a Jordânia  se sobrepõem aos prejuízos, mas com uma viagem tão curta e sem conhecimentos profundos da economia do país (o que não é o meu forte), não é possível avaliar. O que vimos no centro da cidade foi uma cidade tradicional árabe. Aquele comércio de roupas penduradas,


 casas coladas, apinhadas nos morros. Uma massa compacta de cor areia, sem sombras   e com pouco verde.

Há pontos históricos, monumentos e mesquitas, e a Cidadela. Obras de arte para serem apreciadas, pinceladas de ocre.

 Ficamos no Hotel Kempinsky,  pertencente a uma conhecida cadeia internacional, situado na  Abdul Hamid Shouman St,  bairro Shmersani, onde predominam os restaurantes internacionais e outros hotéis de bom padrão. O guia Joseph, hispano –palestino contou das riquezas do país, do Vale do Arnon, da minúscula saída para o Mar Morto- Aqaba, do Rio Jordão, do deserto de Wadi-Rum e de outras maravilhas do país. Eu falei outras, claro, porque Petra é obsessão, quem pode pensar em algum  ponto turístico tendo Petra na vizinhança.
Saímos cedo de Amman numa van cheirosa e confortável, acompanhados pelo guia Joseph, pelo motorista Ahmed e por Alfonso e Dolores, um simpático casal mexicano em viagem de turismo.


Foi a primeira vez que partilhamos um passeio com alguém. Nas vezes anteriores estávamos sempre sós. Não há turistas em abundância por lá, o que torna os passeios mais tranqüilos sem grandes aglomerados. O que não quer dizer que seja bom para a economia da região. O fato de tantas guerras  e revoluções afasta os possíveis interessados e minimiza essa importante fonte de rendas para a população e de  riquezas para os países.
O carro cruzava o deserto em boa velocidade. A estrada era apenas um risco grafite na paisagem seca e róseo-amarelada  do deserto. Acho que uma viagem em  jipão off road ia ser pura adrenalina, dançando ao som emitido pelo atrito  dos pneus contra a  areia fina... Foi só uma ilação...O pensamento tem asas  e voa alto e longe.. Imagina quatro vovós sacolejando durante horas. As dores lombares, com certeza iriam  prejudicar os próximos passeios...Mas  pelo menos meus netinhos não dirão que meus sonhos são caretas....
Continuavam a passar diante dos nossos olhos pequenos povoados,  cujas casas brotam da areia e com ela se harmonizam e se identificam plenamente.

Camelos cobertos com mantas coloridas davam o toque mais vivo à paisagem árida. Passamos por varios povoados como Al Hase, Jurf al Darawish e Ma'an. Neste trajeto os trechos mais altos propiciam muita neve no inverno e temperaturas muito baixas, segundo o guia  Joseph. Percorridos os 280 km em 3:30 horas chegamos ao destino. A Van estacionou e fomos orientados sobre os usos e costumes do local e sobre a opção de condução a tomar para o passeio. Decidimos caminhar (os quatro) pois há detalhes ao longo do percurso que merecem ser vistos com calma, mormente os primitivos aquedutos e canais para aproveitamento das aguas da chuva, que eram a grande especialidade dos povos que habitaram primitivamente o local.


Passamos a enfrentar os cerca de 1 km até a entrada do desfiladeiro, que liga o mundo à grande obra dos Nabateus. O sol estava de fato inclemente, mas mal era percebido, tão grande a expectativa pela maravilha que nos aguardava (melhor eu ser mais parcimoniosa com a adjetivação senão faltarão palavras para descrever  aquela que é uma das setes maravilhas da humanidade e que me deixou literalmente fascinada).

Desde aquele ponto, já havia oferta de  conduções alternativas (cavalos árabes ou  charrete). Quanto aos cavalos parece que não são admitidos na cidade perdida, somente até seu limte. Quanto as charretes, estas sim. Os beduínos que exploram estes serviços são insistentes e procuram convencer o turista  a aceitar o serviço, por todos os meios.
Mas nós ainda estávamos refrescados pelo ar condicionado do nosso veículo de transporte e tínhamos uma vontade imensa de ver os detalhes, cada palmo deste impressionante caminho. Parte do trajeto era mais pedregoso que arenoso. Usei sandálias confortáveis, mas talvez o mais conveniente e adequado fossem tênis. Ao chegarmos à boca do desfiladeiro fizemos uma parada técnica para  uso de banheiros  e abastecimento de água. A lojinha oferecia objetos artesanais e souvenirs, mas isto era o que menos interessava naquele momento. Depois que deixamos este ponto de parada e assim que galgamos os primeiros cem metros já nos deparamos com dois beduínos vestidos de guerreiros nabateus,  como os  dos primeiros tempos.

Mais gorjetas..muitas ao longo de toda a viagem.
Seguimos pelos meandros sinuosos do desfiladeiro, cercados e refrescados pelas enormes paredes de pedra, vimos as obras de represamento de água (originalmente existentes).
Nesse ponto uma tempestade repentina provocou uma enchente nos anos 80 que causou a morte de 28 visitantes franceses. Atualmente  recuperados,  para evitar novas surpresas de afogamentos no deserto (sem risos, desculpem mas nao posso contê-lo, parece ironico..mas é sério e pelo visto, fatal ..). Há grutas, escritos, formações rochosas que lembram animais, tudo colorido pelos minerais que compoem as pedras do canyon. Quando nos aproximamos do grande salão onde se encontra o prédio principal o guia nos parou e mandou que fizéssemos fila indiana,  todos de olhos fechados, mãos nos ombros uns dos outros,  até o  local em que se descortinava o que entendemos pelo Tesouro de  PETRA (Kasneh). É de fato um momento único. Um monumento grandioso, feito pela mão humana, arquitetura em estilo greco-romano,   como uma obra prima de transformação da rocha bruta em arte. Rosa... veios amarelados ou mais escurecidos, esverdeados, são joias de uma beleza inigualável. Diante do grande hall onde se a abre o desfiladeiro, surge uma fachada  majestosa, grandiosa, que pertence ao conto das Mil  e Uma Noites..

É um conto muito árabe, remete ao Ali Babá, ao tapete voador...Quem pode cair na realidade diante de um mundo tão encantado...Isto que eu estou vendo existe mesmo ou é miragem? Que mais o mundo poderá me reservar de boas surpresas? É...realmente um privilégio  viver neste inesgotável planeta azul. Inesgotável de belezas e diversão e aqui eu me remeto ao meu netinho Julio que diz...Esta parte "de diversão"  eu não gosto...Ele ainda não sabe do que se trata e o quanto é bom...loas à inocência e candura das crianças...
Depois de nos quedarmos mudos e extasiados, passamos a explorar o pedaço...espionar o majestoso monumento , perscrutar todos os seus andares inclusive os que ainda se encontram abaixo da terra e foram descobertos e expostos recentemente ao público..

Escavado na rocha  conta com uma sala encravada na bela  montanha  rosa. Há andares subterrâneos também, mas não estão abertos ao público. Estes homens loucos que destroem tudo  tentaram levar pedacos e descaracterizar aquele templo fantástico com escritas...I love you Mary, Jean aime Monique, etc.. Fecharam e fizeram certo, mas é possivel ver o interior, mesmo  do lado de fora e se espichando nas muretas. Para mim não foi suficiente...Não me satisfez a visita de um dia..é pouco, é nada, estou frustrada, mas prossigo, pelo vale sinuoso e elegante e aparecem outros momumentos, mortuários ou religiosos (templos) dos antigos Nabateus. De nobres a pebleus ricos.

Mas como tudo é finito neste mundo, chega um momento em que o passeio encantado acaba...pelo menos por este dia que me levou ao êxtase...Petra foi o lugar mais belo que ja visitei até hoje. Sem palavras me lembro com alegria do dia em que conheci as pirâmides do México (San Juan de Teotihuacan e Chichén Itzá), os monumentos de Copán em Honduras; as pirâmides mais famosas,  do Egito (Quéops, Quéfren, Miquerinos, Sakara e outras menores), templos e outras belezas na Grécia, na Itália e na Turquia,  mas realmente não há nada que se compare a este tesouro róseo.
Há uma extensa programação no local...ver o entardecer...comer com os beduinos em suas  tendas...pernoitar naquele paraiso, que fica todo iluminado de velas ao longo do percurso...Deixo ao seu descortino a escolha pelo melhor programa a se fazer em Petra...Ah ! Me esqueci do vôo de balão..
Saindo da magia de Petra, eu ainda diria sobre a Jordância,  que o Rei Abdulah II,  trabalha o culto a sua pessoa...e a sua familia. Tendo um bela rainha loira e sendo filho de inglesa foi preparado em Londres e segue os mesmos passos da nobreza britânica.  O seu herdeiro está sendo encaminhado para os elegantes Colleges ingleses, em Oxford ou Cambridge. O seu palácio atualmente é fora de Amman, onde vive  com muita segurança. Outros tempos. O Rei aqui reina e governa, apesar de manter um regime parlamentarista bem ameno, onde a maior autoridade é a sua. O Dinar vale igual à libra esterlina e tudo é bem caro por lá. Souvenirs? Compre a prata pintada, pratos, vasos e outros bibelôs decorativos, com cores tão vivas que não se pode imaginar sejam de prata.
A empresa aérea é a elegante Royal Jordanian Airlines


Para nós brasileiros, transitar por estes aeroportos é uma incrivel experiência...cheios de pessoas diferentes, com os trajes mais estranhos e exóticos possíveis. É uma verdadeira viagem...pela cultura ...pelos valores, pelos costumes e pela moda dos povos do Middle East.
Retornando de Petra voltamos ao nosso confortável hotel, para o merecido descanso


 e para momentos de meditação sobre o que vimos...se foi verdade...se foi só um sonho e passou...
Dia seguinte tomamos aquele lauto e delicioso café da manha e fomos passear pela cidade, pelo bairro novo de mansões dos milionários iraquianos, fomos pelo Centro antigo, pelos prédios governamentais


e pela Cidadela até chegar ao aeroporto rumo a Israel...Nosso próximo destino: o belo aeroporto Ben Gurion de Tel Aviv, nossa primeira parada na Terra Santa.
Ué...Mas eu nem contei sobre o Vale dos Reis e das Rainhas, nem falei de Luxor e da navegação no Nilo. Foi bom, posso garantir...mas ainda não decidi sobre o que falar. A proxima postagem ..só Deus sabe sobre o que vou me decidir a falar. Aguardem.
Finalmente, explicando o desvio destas postagens do seu objetivo inicial, qual seria o de dar dicas de como viajar por conta própria, sem precisar dos guias e agências de viagem eu diria que há casos em que viajar sem acompanhante local não é recomendável, como no caso de viagens ao Oriente Médio. Território turbulento, há sempre alguns riscos em razão da situação de quase guerra em alguns países.
Acredito que sairia  mais caro, e sempre haveria no fundo um temor quanto a segurança. Não dominamos o idioma árabe, e o inglês não se mostra suficiente para que a viagem deslanche tranquila, sem sobressaltos. Os costumes também são muito diferentes, inclusive quanto ao tratamento em hotéis, restaurantes e outros serviços. Na Jordânia, especificamente, que se precisa de visto para a entrada no País, a segurança de um assessor dentro das áreas restritas do aeroporto foi de grande valia. Eu não gostaria de me arriscar, mas se você quer uma viagem cheia de adrenalina e surpresa e dispõe de tempo vá em frente. A internet pode ajudá-lo nesta tarefa....See You ... na proxima postagem...
















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