quinta-feira, 25 de junho de 2015

PELA BRETANHA E NORMANDIA


                           PRIMEIRA PARADA:  GIVERNY


Dia 8 de maio estava na nossa agenda com muitas expectativas.Iríamos para Bretanha e Normandia, para conhecer o Mont Saint Michel e algumas cidades medievais nos arredores. Saímos cedo para  pegar o carro alugado na Hertz ( na pequena Place St Ferdinand).O carro escolhido foi uma perua , para cinco pessoas e 5 malas. Ao chegarmos no apartamento para transferir as malas não coube quase nada. Resolvemos voltar para a locadora, que por sorte ficava  na vizinhança, para fazer a troca por um veículo maior, mais espaçoso e trocar o bebê conforto mandado no lugar da cadeirinha. Não houve burocracia, apesar de a loja estar cheia e ser uma sexta feira-feriado.De todo modo, um certo atraso foi inevitável. 
As ruas de Paris no Arco do Triunfo ( perto do  nosso hotel e do apartamento do nosso filho) estavam fechadas. Haveria um desfile militar em comemoração ao final da II Guerra Mundial. 


Na saída da cidade o trânsito foi ficando mais difícil. Além das pessoas saindo para o feriadão havia um acidente. Curiosidade lá igual a daqui. Depois de passar o local da batida, tudo acalmou. 
Chegamos ao destino, na Normandia aí pela hora do almoço. Giverny é uma pequena vila, com cerca de 500 habitantes. É um mimo, parece irreal. As conhecidas flores, retratadas por seu mais ilustre morador, CLAUDE  MONET, eram vistas por todos os cantos, nas ruas, praças e residências.  Eu diria que Giverny é um canteiro de flores.
                           
                    SOBRE A VIDA DE  MONET

Ao contrário do que se pensa, Monet não era nascido em Giverny, mas adotou este paraíso para viver.Tenha-se em conta que ele trocou Paris pelo pequeno vilarejo. Foi ele que transformou ou que preservou e ampliou a sua moradia, fazendo dela um recanto muito especial, pois os seus jardins são obras humanas dando um upgrade na natureza.


Ele nasceu em Paris, onde seu pai era um pequeno comerciante. Mas ainda com tenra idade (5 anos) mudou-se para  a cidade portuária de Le Havre. Ali pelas praias encontrou Boudin,  que lhe ministrou ensinamentos sobre pintura ao ar livre. A habilidade para a arte nasceu com ele e se desenvolveu pela influência do meio e encontros casuais como esse com Eugéne Boudin. O fundamental acredito,  foi o empurrãozinho de uma tia que morava num certo e pacato vilarejo chamado Giverny. 


Ela era pintora. Com a morte da mãe de Claude ( que na ocasião tinha 16 anos) ele  passou a morar com essa parente, naquela casa que viria a ser sua e ali teve o apoio e o incentivo de que precisava. O pai tinha projetos que ele continuasse o seu pequeno negócio, mas não teve forças suficientes para afastá-lo dos seus dons naturais. E o interesse pela pintura falou mais alto.Foi estudar pintura em Paris. 
No início da carreira teve dificuldades financeiras, mas em vida ainda usufruiu das glórias do reconhecimento. Não pensem que a crítica o poupou. O quadro denominado "Impressão, o sol nascente", em que o pintor usou  das cores,  luzes e sombras para fazer os contrastes e a cena principal da obra, foi duramente criticada. Essa pintura veio a dar nome ao movimento modernista , que o teve como um dos seus expoentes, o Impressionismo. A imprensa tratou-a com desprezo e a ridicularizou. Mas isto não influenciou no ânimo de continuar com  sua técnica. Mesmo  não sendo admitido em alguns salões de arte, criou com os amigos Pissarro, Le Courbet e outros , uma sociedade independente para divulgar e expor sua arte. Tudo encarado com certo humor,e aí se ligou inexoravelmente,  a Renoir, Sisley, Cezanne. Ao contrário do que diziam seus opositores sua obra era um primor , pois de perto pareciam pinceladas ou borrões, mas de longe a pintura se mostrava com todo o seu conteúdo, vivacidade de cores, sombras e luzes. 
Casou-se com Camille Doncieux, sua musa e modelo. A mulher morreu jovem, no segundo parto. Ele teve os filhos Jean e Michel. Viúvo, acomodou-se na pacata Giverny em 1886. Com o tempo, acabou se unindo à Alice,viúva de um amigo,  que criou seus filhos. 
Morreu aos 86 anos, para a época era bem idoso.Isto foi em 1926. Pudera, aquele ambiente saudável e alegre deve ter ajudado nessa longevidade. Nunca mais saiu de Giverny e ali encontra-se enterrado na igrejinha de Sainte Radegonde, pertinho de seus jardins. Seu túmulo branco é coberto de flores.

Cercou-se delas em vida e na morte também.
Contei a sua história, porque é linda, é única.
Mas vamos à cidade então, ver o que nos espera. 



                  COMO IR A GIVERNY

De Paris a Giverny há meios de locomoção fáceis. Se você está em Paris e não quiser se aventurar de carro, tome um trem na Gare Saint Lazare e vá até Vernon. Lá há ônibus para vencer a última parte do trajeto. O ônibus chamado Navette Paris-Giverny custa 8 Euros ida e volta e sai a cada 15 minutos após a chegada dos trens de Paris ou de Rouen. 
De carro sempre é mais confortável porque você para onde tem vontade. Nós tivemos uma certa  dificuldade inicial para encontrar vaga de estacionamento, por puro comodismo. O estacionamento principal  fica diante da casa do pintor e estava lotado.
mapa da cidade

 Mas, seguindo em frente e dobrando na Rue Le Pressoir , primeira à esquerda, a seguir pegando-se a direita,  Rue Chemin du Roi dirige-se até a primeira rótula, entrando à direita. Há ali uma área  ampla e segura para se deixar os veículos, inclusive com  banheiros e fraldário. O único inconveniente foi empurrar o carrinho na área pedregosa. Mesma dificuldade que devem ter os cadeirantes. Ao chegar a rua principal já se encontra o conforto do asfalto. Se tiver pessoas nestas condições deixe-as em frente à casa de Monet, depois vá guardar seu carro.

Rue Claude Monet ( óbvio!)

 Resolvemos também almoçar , antes de começar a visita, por causa da criança, cuja fome não espera.
                
                      ONDE COMER

Não é o tamanho da cidade que vai definir a gama de restaurantes da Comuna, mas a demanda, o grande número de turistas. Então fica fácil se alimentar. Próximo à Fundação Monet ( casa do artista) há pelo menos cinco restaurantes. Nós escolhemos o La Capucine, que tem um jardim, com ombrellones e mesas ao ar livre. Mas devido a um certo ventinho incômodo ficamos na parte interna. O restaurante é rústico como uma casa de fazenda local. Bem charmoso. O quintal é cheio de vasos e objetos de jardim, além de plantas que eles comercializam.
jardim do La Capucine

 O serviço é feito como um self service,comidas expostas numa vitrine,  cobrado por preço de pratos e não por quilo. O pessoal é simpático para atender, mas eu particularmente achei a comida muito aquém do meu gosto pessoal. O que precisava de sal não tinha e o que precisava de açucar também não. 
Talvez eu não tenha escolhido bem, porque a minha família pediu variações de cassoulet e todos gostaram.O endereço é Rue Claude Monet, 80. Existem outros bem recomendados nas imediações, como o Les Nynphéas, no número 109 da mesma rua. Mas é servido com certo requinte gastronômico e não tínhamos muito tempo a perder com rapapés, pois ainda queríamos seguir viagem para a Bretanha no final da tarde. 

O interessante neste restaurante é a boutique que tem ao lado, com toda a sorte de objetos interessantes e chamativos, como toalhas bordadas e pintadas, panos de prato,objetos decorativos para casa, os maravilhosos sabonetes artesanais e as flores naturais. Pode ter certeza que sairá com uma lembrancinha desta colorida e atrativa loja.


floricultura do Les Ninphéas

Na mesma rua Monet, no número 96 você vai encontrar o restaurante italiano, Aquarelle. No número 123  o americano Creperie La Musardiére. Os dois mais requintados e que possuem certificado de excelência são: em primeiro lugar, o LE JARDIN DES PLUMES , situado numa paralela ( na continuação da rua do estacionamento a que me referi), Rue de Milieu n. 1, e o segundo seria o L'Ésquisse Gourmande, no 73 da Claude Monet, agradável para esta época pelas mesas ao ar livre. Ambos os estrelados tem como especialidade a comida francesa. 
                          
                           INGRESSOS http://fondation-monet.com/
Depois do almoço rápido,  fomos comprar ingressos para fazer a tão desejada visita. Não há dificuldades. Tudo fica na ruazinha central que leva o nome do artista. E o grande número de pessoas logo indica para onde você deve se dirigir. O preço para a visita aos Jardins e à Casa é 10,20 (aumentou de maio para cá) Euros para adultos, crianças a partir de 7 anos  e estudantes pagam 7,50 Euros, até 7 anos as crianças não pagam e os cadeirantes pagam 5,70 Euros. Os tickets podem ser comprados também diretamente na FNAC, em Paris,  e pela internet na FNAC, no Ticketmaster ou na Digitik, com um acréscimo de cerca de 1,45 Euros pelo serviço. Há opção de visitar o Musée des Impressionnismes( ticket conjugado). 

                        OS JARDINS

Jardim de L'Eau

Ao contrário do que pensávamos , os jardins são amplos e divididos por uma estrada e uma ferrovia. O trecho desse outro lado foi adquirido por Monet tempos após ir habitar definitivamente a  sua bela casa/atelier. Depois de ingressar na propriedade, na rua lateral,  você terá que descer por uma passagem subterrânea que liga os dois pontos do jardim.Já aviso que não é fácil para cadeirantes e papais com carrinhos de bebê. Um sobe e desce sem qualquer rampa ou outra facilidade.
Mas a gente logo esquece os tropeços, ante a visão dos jardins.É uma explosão de flores e de cores que realmente só enriquece aquele pedaço de paraíso. Ali existe um córrego, o Ru, afluente do Rio Epte. A aquisição desta parte do terreno,por Monet, trouxe problemas com os sitiantes vizinhos,que achavam que ele iria poluir e afetar a produção e a criação do entorno. Ma Monet conseguiu provar que as flores que plantaria eram nativas e que cresciam ao longo dos rios. Vive la préservation de l'environnement!Já tinha quem pensasse nisto no século retrasado. 

córrego Ru, que passa pela propriedade

Diante do Jardim das Águas temos o grande espelho d´água, que com o reflexo do céu e o esplendor das plantas que o circundam inspiram quem gosta de pintura e de fotos ...como eu. No grande  lago forrado de ninféias, uma orquestra de rãs atraía os turistas. São muitas e faziam uma barulheira enorme. Era mais que uma orquestra, uma verdadeira fanfarra.Bambus arqueados sobre o lago,  formam juntos com os ginkgo bilobas uma parede verde. Há além destas, árvores e arbustos  com um cclorido de fogo,  como  as azaléias vermelhas, e outras em tons mais delicados como as cerejeiras japonesas, pés de framboesa, macieiras. Quando o sol se projeta sobre as plantas da borda do lago,  o cenário se tranforma marcado por luzes e sombras. Superbe! Com esta visão eu acho que entrei na alma desse inoubiable  mestre!


bambus e ginko bilobas no grande lago

Caminhamos longamente à sombra das árvores e bafejados pelo perfumes de todas as flores que lá existem e acho que são quase todas que conheço. Um show de cores e matizes, inspiradores até para quem não é pintor, como me referi acima,  e muito menos quem sequer pensa em fundar algum movimento artístico. Cruzamos devagar a Ponte Japonesa (feita de madeira de Faia), e ali ensaiamos muitas poses para fotos, debaixo de uma cortina de glicínias azuis cujos cachos pendiam  logo acima de nossas cabeças.


Ponte Japonesa - a famosa

Depois nos dirigimos ao outro lado do jardim, o mais antigo,  O Clos Normand,onde se destaca  uma pergolado em  arcos e cujas trapadeiras são singelas roseiras, mas que fazem um belo efeito.


Clos Normand


Ele dá o toque aos fundos da grande casa rosa de janelas verdes. Se não fossem tantos os turistas eu diria que ali seria o lugar ideal para um descanso, tanto do corpo como do espírito. Caminhar por entre esses canteiros de papoulas, petúnias, íris, margaridas, jasmins, jacintos , miosótis, narcisos, gerânios, agapantos, peônias e um número incontável de outras sedutoras flores enchem os olhos e a alma de bem estar. Só um artista para imaginar um conjunto assim. Meu neto de um aninho adorou e correu para apreciar. Ele é muito gentil, como diziam os franceses, incapaz de arrancar um mato seco. Acocorava-se, apreciava e sorria  enlevado. Ainda organizava as pedrinhas ao redor das plantas. Coração de artista. 



Monet, ao que parece não viveu modestamente. Muito bom gosto nos cômodos, cozinha, salas e copa. Os quartos, embora no momento parcialmente mobiliados, mas  com os objetos originais da casa, mostravam que se tratava de uma família razoavelmente abastada.E grande. A viúva que veio para preencher sua vida ( e como preencheu) já trouxe com ela 6 filhos ( 4 meninas e 2 meninos).O total de residentes, era então, de 10 pessoas. 
Vamos descrever a visita ao casarão, por onde está demarcada a sua sequência pelos organizadores da Fundação Monet. A primeira sala , denominada Salon Bleu ( sala  Azul) porque as paredes e o mobiliário, são azuis. O piso é de azulejo hidráulico e os principais adornos são os quadros japoneses. Para se chegar ao atelier do artista, há uma saleta intermediária, que era mantida ao natural, sem aquecimento, para guardar alguns alimentos, principalmente ovos. Já o Atelier, possui quadros de todas as fases do pintor, mas não são originais, são réplicas. Os legítimos Monets estão espalhados pelos mais variados museus do mundo. 



A escada que liga o térreo ao primeiro andar estava forrada de quadros. uma amostra de um artista japonês, tão do gosto do dono da casa. 
O primeiro quarto a ser visitado é o quarto de Monet. Amplo e com duas grandes janelas tem uma privilegiada vista para o jardim. Fala-se que o quarto era modesto, mas o colchão parecia daqueles confortáveis, e a vista era todo o tesouro. Modesto só para os que não sabem identificar a verdadeira riqueza.



Monet olhava o mundo com uma visão "colorida", daí seu quarto ter váriações de amarelo nos móveis, porta lilás, janela verde e alguns móveis mais valiosos em madeira envernizada. 
Seguindo-se há o quarto de Alice, com uma aconchegante lareira com o frontão de mármore preto, paredes azuis junto à cama e tecido floral no resto do quarto. A cama de verniz é de veniz com criado do mesmo estilo.
Quarto de Alice

Uma escada leva de volta ao andar térreo, onde se sai na ampla e também colorida sala de jantar, em tons de amarelo vivo. Vários guarda louças com peças em faiança azul, dão ao ambiente o destaque que precisava, juntamente com uma bela coleção de gravuras japonesas de Monet. 

A cozinha é outro dos ambientes que dão calor à casa, não só pelos fogões  a lenha e carvão, mas pela beleza do conjunto.Panelas de cobre ficam penduradas em prateleiras, à mostra. Os azulejos ( provenientes de Rouen)são de um delicado tom de azul.
    

Da cozinha sai-se para os jardins novamente. A visita não contempla todas as peças da casa, mas é o suficiente para se entrar na intimadade e no gosto dos seus idealizadores. 

SUGESTÃO: Eu começaria a visita pela Igrejinha de Sainte Rodegonde, , no topo da rua. Na volta passando em frente ao museu eu entraria logo. É belo, com obras referendadas pelo Museu D'Orsay. Os  jardins são no estilo dos da casa do grande homenageado. Ao final passaria o resto do tempo na Casa Monet e nos  Jardins. Lá ainda pode tomar café, visitar a orangerie, vasculhar cada milímetro da aprazível propriedade e para quebrar o impacto de tanta natureza ir até a boutique. Há muito o que fazer lá ou não fazer nada mesmo e só apreciar.                 
 MUSÉE DES IMPRESSIONNISMES     ww.mdig.fr e http://giverny.org/museums/impressionism/impressionnisme.htm

Situado na Rue Claude Monet 99, o seu acervo embora não muito vasto é equilibrado e os espaços bem pensados. As peças são adquiridas pouco e pouco e voltadas para o tema impressionismo, com a doação ou mesmo compra de algumas telas com dinheiros arrecadados pelo Sociedade de Amigos do Museu.Sempre avalizadas pelos especialistas do Musée D'Orsay. 
O prédio é coberto de plantas, inclusive o seu telhado. Poucas paredes são deixadas à mostra. No interior as janelas são voltas para as colinas de Giverny, deixando entrar a claridade natural nos quadros pintados na localidade e que valorizavam essa mesma paisagem. 
O conjunto da obra está organizada em torno de um salão grande e iluminado. À esquerda existem três salas de exposição e à direita um restaurante que se abre para o terraço.
Uma de suas salas é toda direcionada a Monet, obras de amigos que o retrataram e que foram cedidas pelos descendes desses.
As exposições temporárias têm contribuído para aumentar o interêsse pelo Museu. Muitos dos expositores deixam algum quadro para o acervo. Tudo sempre ligado ao tema Impressionismo, Monet, pintores da época da criação do movimento e  seus seguidores através das novas gerações.
Citamos algumas obras pertencente ao Museu: Soleil blanc sur les blés de Maurice Denis, L'île a bois de Maximilian Luce e uma obra recente Reflets de nuages dorés de Hiramatsu Keiji (2010). 
No exterior os jardins perseguem a tendência da localidade e há terraços e pomares,canteiros de plantas aromáticas além de flores por todos os lados, bem como  um espelho d'água. ( pesquisas específicas efetuada nos sites : www.mdig.fr e  http://giverny.org/museums/impressionism/impressionnisme.htm

quarta-feira, 17 de junho de 2015

LA VIE EN ROSE - PARIS PARTE II

https://www.youtube.com/watch?v=kFzViYkZ (PARA IR ESCUTANDO A MÚSICA CLIQUE NO LINK , CLIQUE NO "PULE O ANUNCIO"  E VOLTE PARA O BLOG)

Uma tarde chuvosa nos Jardins de Luxemburgo.

Mais um feriado  no país Gaulês. Desta vez religioso. Tudo fechado. Combinamos de ficar com o neto para o filho e a nora irem às Catacumbas. Ventava, estava frio,úmido e nublado com nuvens carregadas. O serviço de meteorologia prenunciava umas chuvas para a tarde. Decidimos ir ao Palais e aos Jardins de Luxembourg. Pegamos o ônibus 82 - Porte de Maillot que faz um percurso pelas regiões centrais e turísticas da cidade, inclusive a Torre Eiffel(transporte opcional do trem RER Estação Luxembourg). A cidade estava vazia, sem táxis, poucos carros circulando. O ônibus demorou muito, mas apareceu. Esta linha faz ponto final em volta do parque. 

LUXEMBOURG é um local especialmente charmoso. Além do belo Palácio, os jardins  são, nesta estação,  cultivados delicadamente com as flores da estação. Profusões de amores perfeitos, tagetes,  petúnias, gérberas.  Mas desta vez não estava assim. Foi meio decepcionante. Não havia muitas flores ainda. Somente vicejavam algumas arbustivas e de caráter permanente como as roseiras- trepadeiras .
O PALAIS DE LUXEMBOURG foi mandado construir por Marie de Medicis, mãe de Luiz XIII. Ela habitou a casa em 1625 sem ainda estar concluída, o que somente aconteceu em 1631. Depois, passou pelas mãos de vários de seus descendentes até vir a ser moradia de Napoleão Bonaparte. Na II Grande Guerra, foi quartel general dos alemães e considerado um ponto estratégico para a tomada pacífica de Paris. Hoje nas suas luxuosas dependências  funciona o Senado.



E seus 25 hectares de bosques, pomares, lagos, fontes e estátuas pertencem ao povo francês que os usa muito bem. A exemplo, neste dia de feriado todas as quadras de tênis estavam ocupadas e algumas crianças com seus papais brincavam de nautimodelismo nos lagos e espelhos d'água. Outras pessoas caminhavam ou simplesmente apreciavam as belezas da simetria das alamedas, sentados nas cadeiras do parque.  
O netinho mantinha-se aquecido no carrinho dormindo e só acordou por volta de meio dia. Achamos que era hora de almoçar e nos dirigimos ao restaurante que fica dentro do parque mesmo, o “Jardins de la Fontaine.” O interior estava lotado e ficamos na parte externa sob um ombrellone. A comida muito saborosa, um quiche com salada. Toninho pediu uma salada variada que veio com frios  e fartas lascas de queijo. O netinho, bom garfo comeu todo o Boeuf Bourguingnone, com muito apetite. Mas quando chegávamos ao fim da refeição, caiu uma tempestade, que  obrigou a nos abrigarmos num coreto, onde já havia um grupo de estudantes encenando peças para a escola. Ficamos ali encolhidos  enregelados,  aguardando a chuva dar uma amainada porque o neto estava com a corda toda. Havia dormido e comido e não se conformava em ficar preso àquele espaço. Colocamos a capa de chuva nele e fomos brincar na chuva.  Caminhamos pelo parque, vimos as fontes e aléias, até a chegada dos papais. Para não ser surpreendido então consulte sempre o serviço de meteorologia e principalmente confie neles. 





Musée D’Orsay : www.museedorsay.fr


Num dia ensolarado mas ainda bem ventoso fomos ao Musée D’Orsay, pois  só o conhecíamos externamente. Situado à Rue de la Legion D'Honneur, 1 - metrô Assemblée Nationale, linha 12, verde ou RER C, estação Musée D'Orsay. Fica às margens  do Rio Sena, nos Invalides, Também é vizinho da  mais famosa das torres. O prédio é de  uma antiga Gare (estação ferroviária) desativada que virou museu e o seu estilo é o Beaux Arts. 


A entrada já é impactante porque o prédio é muito bonito. O grande relógio é uma peça que por si só valeria a visita. Mas o  Museu tem mais. Esculturas,  Pinturas e objetos de arte.

 No nível "0" está a bilheteria, livrarias e bookshops. Uma escada descendente  leva à Aléa Central da Esculturas. Já nas galerias laterais estão expostas as obras de Manet, Cezanne, Bazille, Artes Decorativas do Segundo Império, Obras de Degas, Delacroix,  Ingrés, Gauguin. No segundo andar encontra-se o Terraço Rodin, Bourdelle, Maillol e o Terraço  da Esculturas 1880-1900. Nas galerias laterais os Pós Impressionistas de um lado e de outro estão obras do Naturalismo e Escolas Estrangeiras, Art Nouveau, Simbolismo Internacional. No piso 5, a Galeria dos Impressionistas Monet, Degas, Renoir etc além de esculturas de Degas. 


Monet


Não chega a ser um museu muito grande e dá para uma visita de uma tarde. Quando se chega ao amplo saguão, já se tem uma visão do museu, é muito fácil. Há escadas rolantes e elevadores, porque nem todos os andares são preenchidos pelo acervo do museu e ainda tem o espaço aberto, onde se situava o salão da Estação.
O saguão da antiga estação

Outras informações úteis: o ingresso adulto normal sai por 11 Euros, os especiais pro 8,50 Euros. O museu fica aberto de terça a domingo. Fecha as segundas. As quintas feiras seu horário se estende até as 9,30 da noite. Há ingressos combinados que saem por um bom preço. Por exemplo Passaporte para o Museu Rodin, conjugado com Musée D'Orsay sai por 16 Euros, o D´Orsay com o LÓrangerie sai 13 Euros. Também guarde os tickets para obter desconto na visita ao Ópera Garnier. Os tickets são válidos para os dias subsequentes, portanto informe-se e avalie sua disponibilidade. 

                        VOILÁ VERSAILLES

Versailles, muito dourado na Grille Royale (gradil)

Fomos de trem a Versailles RER, Linha C – Versailles Rive Gauche, saindo de St Michel-Notre Dame. É a mais próxima estação de chegada, você desce em frente aos guichês e já compra ali as entradas para o Palácio, visita aos Jardins, o Grand e o Petit Trianon e domínios de Maria Antonieta. Há ainda mais duas outras opções de trem,  a linha Versailles Chantier parte de SNFC  Montparnasse  e a Linha Versalhes – Rive Droite, partindo da SNFC Saint Lazare. Todos partem a cada 20 minutos. Se for de carro há amplo estacionamento  na Place des Armes, diante do Palácio.
Para  começar eu quero falar da generosidade dos espaços. Não vejo possibilidade de uma visita de um só dia. É tudo tão grande e os prédios estão  espalhados pelos imensos jardins e bosques, que você  nem se sentiria disposto a percorrer tudo, a não ser que fosse um maratonista. Não se desiluda também, há opções menos desconfortáveis e mais rápidas. Falarei depois, no momento próprio, quando tratar dos jardins. 
Saindo da Gare, siga para a esquerda e depois dobre à direita, seguindo a massa humana que para lá converge. Logo você vai estar diante do palácio, que é  de tirar o fôlego, cheio de adereços dourados assim como seus portões e gradis  monumentais (chamados de Grille Royale). Diante daquela visão, você já se conscientiza que está  em Versalhes. O pátio é todo calçado de paralelepípedos  e está ladeado por dois prédios, as Alas dos Ministros (norte do esquerdo e sul do direito de quem entra). Era nestes prédios que moravam os membros do governo, pois Luiz XIV fazia questão de tê-los  por perto.


Adiante, o segundo pátio é o Pátio Real  tendo à  direita o Pavilhão Gabriel e esquerda o Dufour. Junto ao corpo central encontra-se o elaborado Pátio de Mármore, pavimentado  com mármores pretos e brancos, em desenhos geométricos. O prédio principal também possui no seu pórtico colunas de mármore que sustentam balcões de ferro fundido e dourado.
mármores pretos formam o desenho do Pátio Real

O roteiro dentro do Palácio consome um tempo enorme se  visitado e apreciado em pormenores. Mas nem tudo está aberto à visitação. Também nem tudo pode ser visto sem  a presença de um guia (caso das área de visita-conferência) .
De posse dos bilhetes, que podem ser comprados também online ou nas bilheterias  do Palácio, vá para a imensa fila que se forma na porta de entrada. A nossa espera foi de 2,35 h . A sorte que encontramos uma família catarinense de Chapecó e ficamos  trocando experiências de viagem, e nem vimos o tempo passar. A fila vai formando um espiral, que dá muitas voltas e ao final dela  você deverá  passar pela inspeção para verificação se porta objetos cortantes ou contundentes. Carrinhos de bebês e guarda chuvas ou bengalas não entram. São as rotinas de segurança.
Neste local existiu nos tempos de Luiz XIII um pavilhão de caça. A ampliação foi pensada por Luiz XIV o Rei Sol. Sua construção iniciou-se em 1668 e a corte mudou-se para lá em 1685. Depois vieram Luiz XV e XVI que agregaram outros cômodos e ou reformaram fachadas, quartos e salas para imprimir neles sua marca. As dimensões são grandiosas e vamos falar apenas dos locais mais procurados pelos turistas. 
Há um circuito direcionado para a visita. Uma extensa galeria com muitas salas, inclusive a sala dos cruzados está no piso térreo. Em pontos opostos da ala de entrada encontram-se a Capela e  o Teatro.

Capela do Palácio de Versalhes

 Embora constando como somente admitida em visita-conferência, a Capela  estava visível a quem quisesse. Ela ocupa dois andares. É dedicada a São Luiz, patrono da família real francesa. Ali se celebravam os batizados e casamentos. O teto abobadado recebeu pinturas que retratam a continuidade do  velho testamento com o novo.
A Ópera Real , que fica no mesmo andar, não está aberta à visitação comum, somente guiada e previamente marcada. Mas pelas fotos  que vimos é tão linda e rica como as demais dependência do Palácio, ou até mais, uma vez que se transformava também num salão de baile,  dependo do evento. O piso sobe, com a ajuda de engenhos que eram considerados bem avançados para a época.
No PRIMEIRO ANDAR  entra-se em contato com a parte superior da Capela Real,  Passa-se por saletas e salões ornados com quadros de artistas famosos e ricos adereços, que datam do século XVII, também quartos como o abaixo com muito veludo,brocados, sedas, gobelins, plumas, ouro, quadros e  lustres.


 Os soberanos  tinham seus apartamentos oficiais neste andar. Mas também tinham um "pequeno", situado no corpo central  do Palácio, somente acessível com visita conferência. É nos menores que os reis tinham seus gabinetes e uma vida mais privada, com a família. Nesses ambientes destacam-se  o pêndulo (um relógio astronômico que indica o movimento dos planetas segundo Copérnico), a Biblioteca, a Sala de Jantar das Porcelanas e o Salão de Jogos (eles adoravam jogar bilhar, inclusive a rainha). Os gabinetes internos de Maria Antonieta, também só são acessíveis com visita-conferência. Ali existe um cômodo chamado de Gabinete Dourado, cujas paredes são revestidas de ouro e  adornadas com esfinges e tripés que fazem referência a Herculanum e Pompéia, descobertas naquele período.  
Voltemos ao primeiro piso, pois é lá que estão as partes mais fascinantes  que os turistas buscam e cuja visita é permitida por visita normal: os aposentos reais, o quartos das princesas e o Salão dos Espelhos.
Passamos inicialmente pelo belíssimo salão de espelhos, com lustres de cristal, pinturas nas paredes e no teto, estátuas e  uma profusão de mármores e granitos usados  para dar acabamento a cada cantinho. 
Salão dos Espelhos

 Aquela impressão que eu tinha, de que os espelhos, situados um diante do outro reproduziam o ambiente ao infinito não é verdadeira, porque se de um lado da sala há espelhos, do outro há janelas voltadas para o magnífico jardim.


Vista do Salão de Espelhos para o jardim

O quarto de Maria Antonieta encanta a todos e é o que vem na sequência. As paredes florais tem os desenhos delicados reproduzidos nas colchas, cortinas e móveis. Mesmo com tanta repetição não ficou pesado, ao contrário é um ambiente refinado e leve.




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Já a Câmara do Rei, tem um ar menos feminino. Com tecido adamascado, era luxuosa sem ter a elegância das dependências destinadas à Rainha, com dossel cobrindo toda a visão da cama. Mas luxo e ostentação não faltavam.

Isto é conhecimento e todo conhecimento é bem vindo. Também não se pode esquecer que este requinte em contraposição à miséria do povo que o sustentava levou a desgraçar a familia real francesa, que acabou sendo morta na guilhotina. Fios do pensamento....
O palácio tem cerca de 700 quartos, portanto estou dando só uma visão rápida, deste que é dos Museus mais visitados do mundo recebendo milhões de pessoas por ano.
Proponho que você estude o plano do palácio, destaque o que mais lhe interessa ver para não perder tempo. Inclusive os que exigem a presença de guias e autorização prévia.
Prosseguindo para os jardins, pela porta normal de saída do Palácio, resolvemos pegar o famoso trenzinho, que faz um giro pelo parque. Neste passeio você passa diante dos prédios do  Grand e do Petit Trianon, onde pode descer e depois da visita prosseguir com o trenzinho. Mas só é acessível para quem adquiriu ingressos. Não esqueça de comprar o seu junto com o da visita ao Palácio.Vale muito a pena.
A fila do trenzinho é concorrida, demora uns 45 minutos..


Há possibilidade de alugar bicicleta e carros elétricos. Talvez com esses meios de transporte você possa ver com mais cuidado e detalhes todas os recantos do parque.
E não vai se arrepender de apreciar as Fontes do Dragão, de Latona,  de  Netuno e de Apolo, os espelhos d'água, os canteiros de água,  os canais, os arcos de mármore criados pelo engenhoso arquiteto Mansart em 1685 e muitas outras maravilhas criadas pelo engenho humano com a ajuda fundamental da mãe natureza. Saiba que cada estação pode oferecer uma visão diferente para o visitante. Os jardins se enchem de flores na primavera e verão. Mas como ainda estava saindo de um rigoroso inverno, com temperaturas baixas, as áreas estavam somente verdes e com mudas recém plantadas. Apreciamos as longas alamedas de ciprestes, plátanos, pinheiros  e outras árvores próprias dos climas temperados. As cítricas cultivadas na Orangerie, além de algumas exóticas, só são expostas à luz solar direta e à visão dos visitantes no verão, e nos vasos onde são cultivadas e crescem. Nas estações de clima mais rigoroso elas são novamente recolhidas à sua estufa. Brevemente então, elas estarão enchendo os ares de Versailles com o seu inebriante perfume.


Já no outono outro espetáculo de cores engrandece o parque: são os tons vermelhos e ferrugem das folhas das árvores que roubam a cena.


Não visitamos o Grand Trianon (palácio em mármore rosa, onde Luiz XIV passava seus momentos com sua predileta Madame de Maintenon e também cuidava de  seu hobby,  o Jardim Botânico). Tampouco fomos aos domínios de Maria Antonieta, que já conhecíamos. Mas, principalmente este último merece uma visita, pelo encanto das casinhas e pavilhões que acolhiam a Rainha e seu séquito nos momentos de intimidade, longe dos olhos dos súditos, dos quais a rainha não queria proximidade nem como empregados. 

                    MONTMARTRE (Metrô Anvers)


Visitamos Montmartre no último dia de nossa viagem, quando chegamos dos Alpes. Mas vou contar nessa postagem para encerrar os pontos que destacamos de Paris. Considero esse outro dos lugares mais encantadores da Cidade Luz. Local especial escolhido por pintores que alcançaram fama internacional (como Toulouse Lautrec, Camille Corot e outros)

 Desde a saída do Metrô, você já vislumbra o Moulin Rouge. Dali você vai se embrenhando pelas ruelas laterais , em meio ao burburinho do comércio de souvenirs (garimpe que vai achar coisas interessantes pra casa, como aqueles aventais bordados ou pintados, panos de prato, descanso de pratos e copos e outros mimos que podem servir para presentear amigos). Tem quem não goste, por considerar uma zona de produtos populares, mas para mim tudo é festa. Assim, caminhando se chega ao pé do monte, com a memorável visão da Igreja (que eu particularmente acho perfeita para o local. Tem gente que diz que ela não é bonita, mas não posso imaginar aquele cenário sem a  sua famosa  Eglise!!! Homenagem ao Sacré Coeur. Um dos ícones de Paris, sem sombra de dúvidas. 




Se suas pernas e pés já estiverem na fase de não suportar o peso do corpo, use o funicular para subir. (logo à sua esquerda). Caso contrário encare escadas e rampas. Vai ver coisas interessantes, uma verdadeira torre de babel:  desde noivas orientais, com seus já empoeirados vestidos brancos tirando fotos, espetáculos de música com instrumentos diferentes e no topo os africanos que vendem souvenirs,  presos a uma toalha para poderem melhor recolher e correr na hora que chega a polícia. 
Do alto tem-se uma agradável visão da cidade e se fica tempo contemplando todos os pontinhos e pedindo : me belisca, será que meus olhos estão vendo isto, mesmo?
E a vida continua assim agitada neste bairro, onde tudo começou há 200 anos. 

Foi de lá que se divulgou a palavra bistrô, que serve para designar os encantadores restaurantes parisienses. Pasme, não é uma palavra francesa e sim RUSSA. Era uma tentativa dos cossacos que frequentavam a região de apressar os serviços nos restaurantes. Talvez um precussor dos fast food, pois a palavra que dizer isto mesmo: rápido. Só que ao contrário do pretendido pelos clientes do Leste, a palavra bistrô ficou para marcar um estilo muito especial de elaborar as comidas e de serví-las sem pressa. Tornou-se um ritual, eu diria.
O restaurante de onde saiu a designação Bistrô, foi o Mère Cathérine, ainda hoje existente na Place du Tertre. Esta praça é o coração do bairro. Além da Maison Cathérine, tem outros restaurantes, com mesas nas calçadas, debaixo dos toldos vermelhos. 

Ali se come bem e se bebe um bom vinho tendo como cenário a exposição de quadros dos pintores de rua. Outras figuras típicas, que podem realizar seu retrato ou caricatura ali mesmo, diante dos olhares curiosos de outros turistas. 
Um inconveniente ali é a circulação de carros e ônibus nas ruas laterais estreitas e cheias de gente. 
É tão peculiar esse cantinho da cidade  que tem até o seu próprio vinhedo, numa das encostas. O último dentro de Paris. A vindima ocorre no primeiro sábado de outubro. 
Bem, esta é uma cidade que tem tanto para contar, tanto para falar, que precisa de muitas viagens para ver mais bairros, castelos, igrejas, museus, shoppings, passear no bateau mouche, tomar um cafézinho no Deux Magots e quem sabe até jantar no Tour D'Argent, com sua maravilhosa vista para Notre Dame. Só posso dizer, com o coração confrangido "A bientôt". Mas continuamos as postagens, agora no interior na França. Aguarde. 


NOTA: As minhas postagens se baseiam-se nas minhas experiências de viagem. Eu anoto tudo num caderno, Escrevo nos trens, à noite no hotel. Quando chego em casa faço uma revisão baseada nos livros que comprei sobre cada lugar que descrevo e as vezes vou no Wikipedia e na Internet. Algumas fotos vem do "free images", mas a maioria são de minha autoria ou de parentes e amigos quando viajam com a gente. 

quarta-feira, 10 de junho de 2015

FRANÇA PRIMAVERA DE 2015




non, je ne regrette rien  ( abra o vídeo, pule o anuncio. Se quiser viajar por Paris com musica  volte pra postagem).Acabou a música desligue ma barra de ferramentas. Bom proveito!




Chegar a Paris nos albores de maio, significa entrar numa metrópole linda com o acréscimo dos encantos da primavera. Ficamos tomados pela euforia e  a vontade veio de imediato seguida pela ação. Sair livremente apreciando cada centímetro daquela cidade que encanta o mundo e leva milhões de turistas por ano a conhecê-la ou revê-la.  É como se estivéssemos em Londres. Mas contenha-se, não é bem assim. Embora Londres também tenha as suas dificuldades em Paris elas são quase insuperáveis. Escadas, longos corredores, sobe e desce.... Desde já não aconselho a ir de trem e metrô. Pegue seu táxi que vai custar no mínimo 50 Euros ( ou ainda reserve o Shuttle - meu filho fez isto). É um transporte individualizado e o motorista aguarda você no portão de desembarque com uma tabuleta na mão, com o seu nome). Também pode escolher os Shuttles coletivos.Vá no site da Super Shuttle. Lá terá mais informações. É seguro e confiável.   Depois disto  aloje-se no hotel,  com toda calma feito isto  parta para os passeios. Dá tempo, não se afobe. Chegamos as duas da tarde no horário local, saímos do aeroporto aí pelas 15 horas, nenhuma indagação na Police Border, ( Polícia de Fronteira) , só o carimbinho no passaporte e votos de boa estadia. 
Hospedamo-nos no Meliá da Victor Hugo 100, hotel pequeno, chamado hotel boutique, bastante confortável e cheio de pequenas surpresas, como caixinhas com agulha e linha de várias cores , roupão, chinelinhos, bons shampoos e sabonetes artesanais da Provence.  O único inconveniente é que os  quartos são climatizados para muito quente e você não aguenta. Então peça para regular.Mas se mesmo assim não conseguir abra os janelões como nós fazíamos e também será bafejada por lufadas de vento fresco.  Gostei e recomendo. 

O local é estratégico, porque  a rua é um dos raios da estrela ( Arco do Triunfo Etoile Charles De Gaulle). Escolhemos porque ficava próximo ao apartamento do filho, inclusive na mesma rua do seu curso. 
A primeira coisa que fizemos após banho e outros cuidados iniciais foi ir vê-los. Ricardo veio ao nosso encontro na rua. E nos surpreendeu com: conheço este casal de brasileiros...foi uma alegria..! Depois fomos ver onde se instalou com a família, um pequenino mas confortável apartamento, com um grande jardim e playground, bem moderno no bairro dos Champs Elisée. Gostamos bastante. Entre queijos e vinhos fomos colocando o papo em dia e aproveitando para brincar com o netinho ( que a primeira vista nos estranhou). Hora de descansar,  voltamos caminhando para o hotel, devagar sorvendo a  noite e a bela iluminação do Arco mais famoso do mundo. 

O nosso planejamento era passear pela manhã e ficar com eles após o almoço, para passeios com o neto ou ficando em casa mesmo, isto iria depender do tempo de temperatura. Com criança pequena os passeios se concentravam mais  em jardins e no próprio playground do prédio que era um parque , Engraçado ...e aberto para a vizinhança. Tinha portões, mas eram destrancados e as pessoas das imediações podiam entrar. Nada de arruaças, bêbados incômodos ou pedintes. Só famílias e babás. 
paz e diversão  no coração de Paris

Logo  pela manhã fomos a Torre Eiffel, porque o dia estava lindo e porque , convenhamos, tudo é bonito nos Champs de Mars onde está localizada. Também saímos a pé, pois era perto do hotel ( olha que maravilha). Quem descobriu  foi o Toninho. Então passamos pelo Trocadero, coisa que eu nunca tinha feito na minha vida e olha que já fui alguns  pares de vezes à Cidade Luz. Neste local ( Metrô Arts Nouveau)  existiu anteriormente o  Palácio Trocadero, mas foi demolido para a Exposição Universal de 1937. No seu lugar foi construído o Palácio atual, que leva o mesmo nome do ponto geográfico em que está inserido. Este monumento em estilo clássico moderno, com duas grandes alas laterais em semicírculo alberga a Cidade da Arquitetura e Patrimônio,O Museu Nacional de Marinha,  O Museu do Homem, O Teatro Nacional de Chaillot e o Museu Nacional dos Monumentos Franceses. Em 1948 o Palais de Chaillot foi palco de um fato histórico da maior relevância para toda a Humanidade: A Assembléia Geral da ONU, ali reunida aprovou a Declaração dos Direitos do Homem. 
Pallais de Chaillot (Trocadero)

No seu subsolo ainda podemos destacar a existência de um Oceanário. Só apreciamos a superfície de tudo isto, hoje estamos preferindo o ar livre, entrar em contato com aqueles jardins de árvores floridas, repuxos, fontes e espelhos d´água, grama verdinha e um carrossel ,sempre girando ao som de música,  e que é a cara de Paris. Ficamos ofuscados com a visão que emergiu por detrás daquele cenário, como foco principal:a Torre mais famosa e mais visitada do mundo.

Torre Eiffel


www.toureiffel.fr

Inaugurada em 1889, foi na época a mais alta edificação do mundo. A idéia era demolí-la após a Feira Mundial, mas ela caiu nas graças das pessoas e foi se mantendo para acabar sendo um dos ícones de Paris e da França. Não pensem que é uma torre qualquer, Senão poderíamos pegar qualquer uma das nossas retransmissoras de energia e fazer delas ponto turístico. Ela é de ferro trabalhado, uma obra artística em estilo art nouveau. Possui três patamares, alcançados por elevador.As plataformas ao seu redor são enormes,  onde cabem aquelas toneladas de turistas que a visitam diariamente. Toda a estrutura é gigante. 

a base da Tour Eiffel


Inicialmente vai-se de elevador até o primeiro estágio e para subir no topo (sommet) tem-se que comprar ingressos no segundo piso, subindo-se um lance de escadas. Dali já se tem uma visão da cidade, suficiente para identificar prédios históricos, avenidas famosas, jardins e parques, enfim identificar os pontos da cidade que interessam e ver o seu traçado especial. Mas experimente subir ao topo. É fantástico, ainda mais num dia de céu azul. Bom olhar nos binóculos para ver a cidade mais por dentro e até avistar o Bois de Boulogne! Uma brincadeira, mas a gente volta a brincar quando está viajando a lazer. 

vista do topo da Tour Eiffel para a cidade. 

Para subir na Torre os preços são 15,5 Euros para adultos, 11 Euros crianças entre 4 e 11 anos, para cadeirantes e também para o acompanhante, 13,5 Euros para jovens entre 12 e 24 anos. Para ir ao segundo andar somente as tarifas variam entre 9, 7 e 4,50 E. Os ingressos podem ser adquiridos pela internet, e gravados no celular ou imprimidos. Não vi tratamento diferenciado. O primeiro acesso costuma ter uma longa e demorada fila, mas não há duas filas, se você não tem o ingresso pode comprá-lo nas cabines já no final do percurso. Os elevadores são amplos e situam-se nos quatro pés de sustentação da Torre. As suas engrenagens ficam a mostra e podem ser apreciadas enquanto se espera.  Mesmo assim sempre há muita gente. 
Um detalhe que não pode deixar de ser considerado são os ladrões. Batedores de carteira. Há mães com carradas de filhos que se esgueiram por entre os inebriados turistas para surrupiar seus pertences. Nós vimos a prisão de uma mulher (dizem que são os imigrantes romenos que mais roubam ali, mas há gente de todos os lados, inclusive franceses , não se iluda pela aparência). Nos dias subsequentes soubemos que a Torre foi fechada por um  dia , ao público,  em protesto pela insegurança da localidade. Vejam só que absurdo! 
De lá escolhemos uma creperia para almoçar, mas como estava ventoso e bastante frio apesar do céu aberto, deixamos os charmosos toldos vermelhos lá fora e  nos abrigamos no interior do restaurante. 

Ali descobrimos um método interessante de escolha do cardápio: a "formule". São duas ou três opções de almoço completo que o restaurante oferece: primeiro prato de sopa ( oignon - minha paixão) , saladas ou saladas e frios; prato principal de carne com legumes ( variadas opções como carne grelhada, boeuf bourguignone , peixes) e a sobremesa ( crepe suzette, sorvetes, tarte tatin, creme caramel - o nosso pudim de leite). Aí , dependendo do que escolher deve pagar entre 16 e 26 Euros, aproximadamente , por pessoa. Fora as bebidas, que impreterivelmente são os vinhos. Pode pedir as meia garrafas para dois ou em taças individuais. É bem comum em toda Europa. O garçon traz a garrafa à mesa e a apresenta, mostra o rótulo ao cliente. Então  você não vai beber nenhum sangue de boi...fique tranquilo. Ainda há a opção de rejeitar o oferecido se você degustar e não gostar. "Tout comme il faut".
Dali partimos para encontrar o filho e família. Mas  antes do passeio fomos tomar providências importantes, tais como comprar um chip para o celular. O negócio é chegar na Europa e logo trocar o chip para evitar lançamentos indesejáveis na fatura. 
Se você tiver crianças a tiracolo, uma bela opção de passeio é o Parque Monceau. Situado entre belas mansões, onde funcionam escolas e embaixadas, é um lugar alegre e colorido. Os francesinhos e seus visitantes se esbaldam. Um parque com fontes , lagos, pontes, imitações de colunas gregas para adornar os espelhos d'agua, grossas e velhas árvores, alguns esquilos e um carrossel que o netinho apreciou junto com a vovó. 
 Ficamos aqueles dias em Paris e logo que chegou a quinta feira e partimos para o Mont Saint Michel, passando pela bela propriedade que foi do Monet,  na Normandia, mas isto eu conto depois. Pulamos esta parte para voltar a falar de Paris. ( não vamos perder o foco)
Minha irmã e o marido que habitam sazonalmente na Europa, estavam nos aguardando lá. Marcamos encontro para o dia seguinte cedo para cumprir uma obrigação que lembrava nossa mãe. Ir à CAPELA DA  NOSSA SENHORA DA MEDALHA MILAGROSA ou Capela de Santa Catarina de Labouré.


Uma pequena e charmosa igrejinha, encravada entre antigas casas no número 140 da Rue du Bac ( http://chapellenotredamedelamedaillemiraculeuse.com). A Igreja é em homenagem à nossa Sra da Graça ( meu onomástico) e minha mãe gostava de ir lá, inclusive às missas. Quando entramos estavam rezando uma missa. Assim que terminou fomos ver a Santa Catarina de Labouré, cujo corpo intacto encontra-se sob o altar, num jazigo de vidro. Me lembrou a bela adormecida, com todo o respeito. O corpo está perfeito, e dizem não estar embalsamado,

corpo de Santa Catarina de Labouré

  E a Medalha? Uma proteção a mais, sim! Você a adquire no shop ao lado da igreja e uma freirinha a benze na hora. 
Como esse era  o dia de interiorização e reflexão,  dali partimos para conhecer as


                           CATACUMBAS



Sua entrada está situada à Avenue Colonel Henri Rol-Tanguy, 1 próximo a Estação Danfert-Rochereau. Está aberta das 10 horas da manhã às 20 horas  e  encerra as  entradas ao público, às 19 horas. Fica a 20 metros do chão e possui muitas escadas. Para subir prepare-se para enfrentar 83 degraus e para descer cerca de 130. Não é acessível a deficientes,  cadeirantes ou não. Não possui banheiros ( portanto evite tomar muita água antes de aventurar-se pelos seus longos corredores).  São 2 km de túneis. A temperatura no seu interior é constante - 14 graus C. O ambiente é úmido e há locais com goteiras.
caveiras empilhadas ordenadamente  nas Catacumbas


É uma corrida de obstáculos, que já se inicia na longa fila de entrada. Acho que esperamos cerca de 1 hora e 30.É medida de segurança,  acredito, porque se aquilo desaba a catástrofe é maior com mais gente. Então eles param depois de ingressar 200 pessoas e só vão liberando com a sua saída. Mas a fila é só uma, tanto para comprar ingressos como para entrar. Também na bilheteria peça o telefoninho ( áudio) , que custa 5 Euros para se orientar nos interiores. Acho importante.
Eu adoro estes ambientes, longas galerias subterrâneas em pedra, recheadas de  histórias. Há milhões de anos atrás, aquele local era um mar tropical, que quando secou deixou sedimentos que com o tempo viraram uma mina de pedra calcária. Esta pedra foi extraída  para construir Lutécia, o nome Galo-romano de Paris.Com ela se ergueu o Louvre, o Arco do Triunfo, a Catedral de Notre Dame e outros importantes monumentos da cidade e do mundo. Abandonada com o tempo, esta mina voltou a mostrar sua presença com os desmoronamentos que ocorreram . Muitas construções foram feitas sobre ela e se ignorou os ocos existentes no subsolo, e com o tempo , chuvas e o peso das edificações acabou vindo abaixo. Isto já foi no tempo do Luízes, levando Luiz XVI a criar um serviço de inspeção das carrieres e tomar medidas de contenção dos afundamentos, conforme as necessidades e as sugestões do recém criado serviço.
Sua existência como Ossário, para receber ossos dos mortos que lotavam os cemitérios,  ocorreu em 1786 onde foi benta e depois começou-se a trasladar-se ossos do Cemitérios dos Inocentes. Esta operação durou até 1788. Tempos depois passou-se a transferir os ossos de outros cemitérios. Além dessas transferências, algumas pessoas foram diretamente enterradas nas Catacumbas , como é o caso de mortos na Revolução Francesa, em batalhas, ou dos decapitados na guilhotina ( caso do célebre Danton). Algumas celebridades tem seu mausoléu ali, a exemplo de Robespierre e da Princesa francesa Elizabeth. 



Os ossos , aos milhões, estão artisticamente empilhados e esta arrumação é chamada de decoração romântico-macabra.Ao longo de sua extensão há plaquetas com dizeres sobre a vida e a morte que nos leva à reflexão sobre a efemeridade da vida e todas aquelas luzes que se apagaram, pessoas com objetivo, esperanças, amor e fé. 
Vou reproduzir uma delas: 
"OU est-Elle, la Mort? Toujour future ou passée. Apeine est-elle present que dejá elle n'est plus".


O importante é viver e tirar todos os benefícios de estar vivo. 
Outro dia que acabou, mais um encontro com a familia. Queijos e vinhos descansam o corpo e o espírito.  
Dia seguinte foi dia de 

                           LOUVRE


a Pirâmide

www.louvre.fr/en
Não dá pra ir a Paris sem ir ao Louvre. Se usar o Metrô, saia na Estação Palais Royal Musée du Louvre, procurando a DIREÇÃO  da saída La Defense. Isto para os que vierem pela linha 7 ( VILLEJUIF/COURNEUVE). Os corredores tem sinalização para o Museu e para o Arco do Carrossel. Caso queira mesmo sair do lado de fora para apreciar o  seu entorno, faça isto. Faz parte da visita apreciar  O prédio do antigo Palácio, os Jardins das Tulherias, o Arco do Triunfo do Carrossel e mais recentemente a Pirâmide de vidro, que organiza a entrada do complexo. Antes de atingir o Hall principal, você pega uma fila para passar pela inspeção ( ver se tem armas etc...). Uma vez liberado pegue as escadas rolantes, na direção do subsolo. Há ali um Centro de Informações bem visível de todos , com a planta do museu e informações preciosas em todos os idiomas. A compra física dos ingressos é nesse  hall.O horário de funcionamento é das 9 am às 6:00 pm, mas na verdade vai sendo esvaziado as 17,30. Há horários  noturnos  nas 4as e 6as feiras com encerramente às 21,30. 


onde o velho e o novo se misturam 

Antes de começarmos a visita quero passar algumas informações a mais sobre esse. que é um dos prédios mais visitados do mundo.
Desde o final do sec XII que os edifícios do Louvre dominam o centro de Paris. Com o passar dos anos a fortaleza inicial tornou-se residência oficial dos reis da França. Museu só a partir de 1793. Atualmente o seu acervo permanente é composto de:
Antiguidades Orientais, Artes do Islã, Antiguidades Egípcias,Antiguidades Gregas, Etruscas e Romanas, Objetos de Arte, Esculturas, Artes Gráficas, Pinturas, Egito Copta, Oriente Mediterrâneo no Império Romano, Louvre Medieval e Artes da  África, Ásia e Oceania e Américas.  
Está dividido em alas. A que tem as obras mais procuradas  ( Mona Lisa, Vênus de Milo etc é a ALA DENON. Se você estiver em Paris de passagem e quiser dar um pulinho para ver a obra mais famosa de DaVinci, siga as instruções do folder. Vc chegará rapidamente à sala em que essa se encontra exposta. Nem sempre foi assim. Lá pelos idos de 70/80 você era levado a ver todas as obras até chegar àquela que lhe interessava, depois de estar exausto e ainda tinha que competir com todos os demais interessados. Isto serve para qualquer obra. Estão bem demarcadas e com as indicações precisas, não havendo erro. Então saiba que é ´possível dar um pulinho no Louvre ver sua obra favorita e voltar pegar seu avião para outro destino, tudo numa tarde. Agora vai ficar mais rápido ainda com a dica que vou dar. Em que parede está pendurada a Mona Lisa? Destacada no guia oficial com a cor vermelha ela pode ser vista com o seu misterioso olhar e enigmático sorriso na SALA 6, pinturas, da Ala Denon. 
Monalisa

Além da Denon as outras alas são a RICHILIEU E A SULLY. Elas tem correspondência em todos os andares, desde o Mezzanino - 1 ao 2 andar. 
No Rez-de-chaussé, sala 16 da Ala Sully, catalogada como Antiguidades Gregas, Etruscas  e Romanas você vai ver, cercada sempre de turistas, Venus de Milo. Pare, depois rodeie a estátua, veja em que,  uma peça de fino mármores branco,  se transformou. Numa obra de arte sem preço. Uma escultura realmente fantástica. Para os que ainda não tiveram o prazer inenarrável de vê-la em toda a sua formosura saiba que,  ela não tem braços. Estes foram destruídos durante escavações em algum sitio arqueológico da Grécia. Nunca foram encontrados. Tão apreciada pela beleza, imagina se tivesse os complementos.
Vênus de Milo

Ainda neste conjunto está o Código de Hamurabi e a Estátua Colossal de Ramsés II. 
Quanto você sobe as escadarias para o primeiro andar vai se emocionar. Pra mim não tem visão mais surpreendente. Sempre  me deixa aturdida toda aquela perfeição: trata-se da VITÓRIA DE SAMOTRÁCIA. Seu autor Pitócrito é da Ilha Grega de Rodes. Lá existe uma uma escultura de um barco, numa escadaria nas imediações da praia de Antony Queen, feita pelo mesmo autor. É  Catalogada como Antiguidades Gregas, Etruscas e Romanas. 

Vitória de Samotrácia

Neste mesmo andar após subir as escadarias, no pavilhão do lado direito que vai encontrar as pinturas famosas como A Sagração de Napoleão de Jacques Louis David, As Bodas de Caná de Veronese, A Grande Odalisca de Ingrés, La Gioconda ou a Monalisa de Da Vinci, A Coroação da Virgem de Fra Angélico.
A Grande Odalisca de Ingrès


 Todos os grandes nomes da pintura mundial, das mais variadas escolas, países, técnicas,  no tempo em que está focada a exposição do Museu, tem seu exemplar lá. Então escolha o seu favorito e deleite-se, seguindo as orientações do guia, que é gratuito e muito bem elaborado. Fácil para orientar-se.  

É uma visita cansativa, mas pode ser feita com calma . Há sempre lugares para descansar e ao longo das galerias e nas salas há bancos para se sentar. 


                       Visitando NOTRE DAME (www.cathedraledeparis.com) - Place Parvis, Metro Saint Michel ou Cité, depende da linha que está sendo usada. 
Notre Dame de Paris

Um dia qualquer no meio da viagem fomos almoçar no Quartier Latin/Saint Michel.Comidinha Básica, que constas das "formules" da maioria dos restaurantes( básicas mas muito boas): Soup à l' oignons, Confit de Canard e Glace, sempre regado a um bom vinho nacional, que nesse dia foi um rosé de Provence, Depois do almoço partimos para a Ille  de la Cité, para rever nossa velha conhecida a Catedral  de Notre Dame. Chegando à praça fomos surpreendidos com a FEIRA DE PÃES, com eleição do melhor pão e do melhor padeiro da França. Centenas de baguetes estavam sendo submetidas à degustação de especialistas, com a presença do prefeito da cidade, mídia, mas não muitas pessoas. Deu para comprar pães ( brioche, baguete, croissant, e de quebra  palmier e chausson au pommes),  para o lanche na casa do filho, no final da tarde. 

Feira de Pães na Praça Parvis

Visitamos a Igreja. Desta vez não tinha nenhum coral encantando os turistas. Tentamos subir na torre, mas fomos desanimados pela fila. Ainda ficamos uns 20 minutos, mas como andou pouco acabamos desistindo. Por outro lado os 386 degraus não serviam de motivação. Não há elevadores...
A igreja é de estilo gótico e suas obras foram iniciadas no 1163 e como demorou alguns séculos para ser concluída, passou pela supervisão de vários arquitetos daí várias influências em suas linhas. A Igreja é bem alta, com belos vitrais,cuja luz coada que lhe dá um ar solene e majestoso. 

Recentemente este tornou-se um local com um outro atrativo, qual seja as ruínas de antigas civilizações que se encontram  no subsolo da praça e da igreja. São restos da cidade Romana, da Catedral Merovíngia do sec. VI e de residências medievais. É uma visita interessante a ser feita em complementação à visita à Catedral.
Muitas coisas importantes e de repercussão aconteceram  na Igreja ou diante dela, como a coroação de Napoleão e Josefina, Imperadores da França,a Coroação de Henrique VI da Inglaterra a execução de Templários em 1314, mortos em fogueiras na frente da Igreja, dentre outros.
Faço agora um intervalo porque ainda há muito a contar. Enquanto lêem eu preparo a segunda parte dessa viagem. A Bientôt. 




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