sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

ANO NOVO

Chegamos a Euston e logo tratamos de pegar aqueles confortáveis táxis ingleses, os pretinhos. Adoro aqueles carros, são a cara de Londres. Tem mais a ver com a circunspecta cidade do que os ônibus vermelhinhos de dois andares, cujo papel, apenas, é de  colorí-la.
Ao chegarmos no endereço,  Ricardo estava nos esperando na calçada; havia feito o check in, uma burocracia a menos para nos que estavamos querendo um repouso. O hotel era o Thistle Westminster, que fica na Buckingham Palace Road, de canto com o Palácio do mesmo nome. Podiamos ver do apto os dominios privados de Sua Majestade.Vizinhança real, quem diria! O Julio. o Vitor e eu ficamos na janela imaginando coisas que se passavam na casa vizinha, rssss. Sua Majestade, será que estaria sentada no trono, de cetro e coroa?....Muitas conjecturas e belas risadas.
Alugar um flat em vez de hotel convencional foi a melhor coisa que fizemos nestas férias. As crianças podiam correr pelo apartamento, brincar e até ensaiar uns gritinhos (whisper, whisper).

Como havia comunicação entre os cômodos, o Vitinho ficava dando voltas pela casa, uma graça. O apartamento teve no primeiro dia um problema de aquecimento de água para banho. Foi um stress, porque o Rodrigo toma banho fervendo. Rolou um mal estar com o recepcionista do hotel, que não gostou do tom da reclamação. Tivemos que pegar todas as panelas para esquentar água e tomar banho de banheira. Isto é impensável para um hotel quatro estrelas, mas aconteceu. No dia seguinte veio o  "plumber" e  reparou o defeito. O problema era  sério mesmo,  no boiler.
A programção para os dias subsequentes foi intensa. Tínhamos com os pequenos ingressos para assistir SNOW MAN. Fomos na matinê das 11 da manhã no Peacock, teatro que fica em Holborn, próximo a estação Holborn do metrô. O Vitinho gostou da moto amarela que aparecia no palco dirigida pelo homem das neves. Os efeitos eram interessantes, os atores voavam por sobre as cidades, os mares. Mas tudo com gosto de "dejá vu", pois em Gramado no ano passado vimos um show semelhante e em Nova York também, o Christmas Espetacular, na Broadway.
Os passeios prosseguiram pelo Museu de História Natural, foram ver as múmias e a pedra de Roseta no British Museum. Fomos todos na London Eye, passando pela ponte Millenium (só de pedestres). Eles adoraram a vista da roda gigante:


Teve também o Wonderland. Assim como em Edinbourgh trata-se de uma empresa alemã que leva os parques para outros países. Tudo é muito caro. Exemplificando: compra-se 20 libras de ingressos. Cada libra vale um ponto. Os brinquedos tem preços variados, 4 pontos, 8 pontos. Cosiderando que cada libra custa perto de 3 reais, os brinquedos mais simples custavam cerca de 12,00 reais. Isto para dois ou tres minutos de brincadeira. Então é um verdadeiro caça níqueis, máquina de fazer dinheiro, porque criança não se contenta com dois três minutos no brinquedo. Lá havia  também um rink de patinação no gelo,  que estava sempre lotado. Este parque fica montado na época de final de ano no Hyde Park.
Outro passeio que eles gostaram muito foi a loja de brinquedos da Hamley's e da MONTEZONE -  esta é de brinquedos para meninos e fica na High Holborn, Os brinquedos são incríveis. A Hamleyes principal está instalada  na Regent Street, é mais famosa e tem muita tradição pois foi  fundada nos anos 1700. Ela  rivaliza com Fall Schwartz e Toys R US,  de N. York.
Outra coisa que os atraiu, e agora estamos falando de Londres para crianças pequenas, foram os guardas da Rainha, com aqueles capacetes de pelo, enormes. Quanto aos cavalos da Horse Guard, o amor foi recíproco:



 Outro passeio que os agradou sobremaneira foi a visita ao St. James Park. Ele liga o Palácio de Buckingham até as proximidades do Trafalgar Square, também vizinho a Horse Guard. O parque tem muitas aves  e esquilos. Os esquilos são muito apreciados pelos turistas e pelas crianças. Este parque tem banheiros limpos, aquecidos e facilidades para pessoas com necessidades especiais.



Não estou seguindo rigorosamente a ordem das visitas, mas outros passeios distrairam os meninos na Londres  "cloudy and coldy". Um foi o Aquário que fica junto a London Eye, outro foi o Castelo Tower of London. O Castelo tem no prédio central, a White Tower que funciona como museu e tem  exposição de armaduras de reis ( Henrique VIII, p. ex.), réplicas em tamanho natural de cavalos, tem espadas e armas de todos os tipos, que povoam o imaginário dos meninos-heróis. O Museu ainda possui alguns objetos que permitem  a criança interagir e brincar  com arco e flexa, atirar com canhão para afundar navios, etc..
O primeiro do ano foi marcado por um jantar em um Restaurante em Holborn, cuja gerente é brasileira e o ambiente e bem amigável. Conhecemos este pessoal  no nosso dia a dia.Vimos que  crianca ali é bem recebida e resolvemos optar por um restaurante onde ficássemos tranquilos. No nosso jantar  até o cozinheiro "Seu Geraldo" apareceu para nos cumprimentar.  


Dali saimos para a queima de fogos na London Eye. A multidão era de cerca de 500 mil pessoas, segundo as estimativas da Policia. Era uma massa humana, o que me deixou muito insegura. Havia avisos explicitos para não levar crianças.
Queima de fogos sempre encanta as pessoas e acho que desta parte  todos gostaram. Depois houve a debandada, tudo foi voltando ao normal com calma, mas nós ficamos esperando sair a maioria para nos deslocarmos do nosso cantinho. Acabamos de festejar em casa, com uma champanhe.



Ricardo, o outro filho, mais a esposa,  fez passeios independentes, programados e com interesse próprios na área de arquitetura e história. Visitaram Camden Town Market, e as docas restauradas, bem como condominios residenciais do entorno. Foram ainda a  Greenwich e a o bairro futurista de Londres nas proximidades da London Tower. Visitaram a Harrods, o British Museum, o Historia Natural e o Vitoria e Alberto. Foram ao teatro ver o Rei Leão e gostaram muito. Gostaram ainda da Baker Street, com a casa/museu do Sherlock Holmes e o Museu de Cera Mme Tusssaud ( neste foram juntos com Rodrigo, Eryka e as crianças). Viram a troca da guarda, dentre outros passeios tradicionais porque a Carol não conhecia a cidade.
Assim passou voando a última semana em família e deixou muitas saudades e um pouco de melancolia....Para curar melancolia, só continuar estudando e .....VIAJANDO. Aguarde-nos em YORK, nossa próxima parada.

sábado, 22 de janeiro de 2011

NATAL EM EDINBURGH


Difícil retornar às lembranças do Natal. Mas vamos lá, em alguma momento elas tem que aflorar. E inevitável.  Foi penoso sair de Inverness, onde passamos momentos tão agradáveis. Mas a programação tinha que ser cumprida e tinhamos booking no hotel em Edinbourgh e no trem também. Não que o do trem representasse alguma certeza, como vocês puderam ver na postagem anterior. Então, para evitar problemas fomos cedo para a estacão, muitas malas, muitas criancas rsss, carrinhos de criança e gente adulta para atrapalhar. Desta vez foi menos estressante, mas os joguinhos do meu computador estavam bloqueados o que irritou um pouco o Julio. De fato é monótono para criança viajar por horas, sem ter o que fazer, mas esgotamos o repertório de historias, que sempre giravam em torno de Campos do Jordão e das inesqueciveis férias com  o priminho Cauê.
Chegamos em Edinbourgh anoitecendo, ou seja no meio da tarde. Um frio cortante e uma paisagem muito escura, ceu nublado.

Tinhamos reserva para o Premier Inn, que tem quartos bem grandes, camas king size, banheiros confortáveis. O hotel tem restaurante, comida correta, o atendimento é cortês. O café da manha é cobrado separado, por volta de 8 libras por pessoa. No dia da chegada descansamos, tomamos longos banhos, colocamos emails em dia, ou seja fizemos os acertos para a estadia mais prolongada pela Escocia.
Nessa mesma noite recebemos um email do restaurante em que havíamos feito  reserva para a noite Natal ( dia 24), confirmando-a, mas ao mesmo dizendo (nas regras anexadas) que nao aceitava crianças com idade inferior a 18 anos após as 8 da noite. O restaurante era o Living In, no centro, com vista para o Castelo. Foi uma surpresa porque na reserva constava o nome das crianças e as idades delas. Ligamos para o restaurante para evitar cobranças no cartão de crédito e multa por não comparecimento e cancelamos a reserva. Estranhamente eles demonstraram surpresa, mas mais surpresos ficamos nós com a falta de cuidado deles. Resolvemos que seria melhor fazer o jantar de Natal no próprio hotel. Eles estavam com o menu publicado: turkey ( peru) ,chutney de frutas vermelhas,  batatas ( claro), tortas salgadas, e o " lechitimo" pudim de natal inglês ( hummmm que delicia).Portanto iriamos comer uma ceia de natal inglesa, com certeza.
Dia 23 amanheceu um lindo dia de sol e neve. Fomos para o centro, a pé, pois não ficava longe do hotel e iamos aproveitando para ver a cidade. A primeira parada foi no Parque da Igreja de Saint John. As crianças brincaram no parque nevado e fizeram anjos de neve.




Depois fomos almoçar num dos restaurantes da rede Bella Italia, porque eles tem pratos infantis e algum espaço para carrinhos.



Na foto acima a festa de Reis, com direito a coroa e tudo,  no restaurante Bella Italia ( tradição dos britânicos, eles dão tbém um presente -  vide um na mão do Julio acima . Tem que arrebentar o envólucro , puxando, para soltar a lembrancinha).
Fomos para o Parque da Princess Street com as crianças. Este era um dia mais delas que dos adultos. O Julio patinou com a Eryka e o Vitinho ousou na cama elástica, dentre outros brinquedos.



Julio se apoiando no pinguim acima.

O Bebê voador. Ele voou alto, sem medo.
Finalmente, após o dia exaustivo fomos ao Christmas Market ( mercado alemão) comprar a ÁRVORE DE NATAL. Pode Natal sem árvore? Não o meu.  Lá se encontra de tudo para a ocasião, inclusive aqueles tradicionais enfeites feitos de madeira. Pois achamos a árvore ideal: em madeira, com mil balangandãs para a alegria dos meninos. Vejam:



A noite foi uma festa para eles montando a árvore e depois mostrando-a no skype para os outros avós e para os parentes.

Dia 24 fomos cedo para compras finais, enquanto Rô e familia procuravam um Laundry para lavar a roupa suja dos meninos ( considerando-se que cada um trouxe 17 calças e outras tantas meias calcas, imaginem a quantidade!) Ninguém é exagerado nesta familia!
A tarde nos encontramos para almoço no próprio hotel. Dali mesmo pegamos um táxi para o Castelo, mas não pudemos visitar porque ja estava fechado e só abriria dia 27.



Descemos a Royal Mile, visitamos a St Giles Cathedral do seculo XII, linda a igreja, achei mais bonito o se interior. 

Continuamos visitando pontos turisticos do centro e voltamos para a casa para preparar a noite de Natal.
Descemos para o restaurante por volta de 8,30 pm. Comemos o peru inglês,que era saboroso e óbvio tinha pouco sal.  Faltou uma forofinha. Veja o prato do Toninho:


Relembrando que a escócia  é bem mais perto do Polo Norte do que o nosso distante Brasil, o papai noel iria passar mais cedo. A festa seria no nosso quarto. Preparamos tudo, compramos velas. Eles entraram cantando musicas de natal e correram para a janela, pois o papai noel com seu trenó, estava ainda por ali....vejam a luz do treno refletindo na neve!!!!



E ai? Papai Noel foi embora e não deixou nada? Não é que deixou? Olhem: Star Wars!!!!



brinquedos! Que alegria!




Foi uma agradável noite para eles e para nós que nos alegramos com eles.

Dia seguinte novos passeios. eles resolveram ficar dormindo, mas nós, os mais jovens rsss  temos sempre mais energia e colocamos cedo o pé na estrada... Seguimos para a Royal Mile, que é chamado  o coracão da cidade velha, com casas medievais.
Logo abaixo da Tower Hill, onde se situa o Castelo de Edinbourh existe uma antiga igreja " Tolbooths Church" , de estilo gótico. Agora nela funciona uma casa de nome Hub's,  com café / restaurante e um centro de Artes. Adiante, esta situada a  Canongate Churh, mandada edificar pelo Rei  James VI em 1688. No cemitério que lhe é contiguo esta enterrado o secretario de Mary stuart.


O próximo prédio digno de nota é o  Moubray House, um dos predios mais velhos da Royal  Mile. xo

Acima  a torre do relógio de Canongate Tolbooth  onde funciona o  People's Story Museum  antiga prisão. Esta Rua com vários nomes começa no Castelo e termina no Palacio Holyrood, que na ocasião estava fechado a visitação porque um dos membros da familia real estava hospedado lá.


O local tem uma bela vista  e atrás tem um parque enorme com morros altos e cheios de neve onde o pessoal brinca. Julio e Vitor ganharam um trenó e brincaram na neve no dia 25 de dezembro.
Fizemos sight seen de ônibus (aqueles de dois andares) enquanto os meninos brincavam e pudemos ouvir as estórias de horror que permeiam a história de Edimburgo e que são exploradas nos tours noturnos de fantasma. Mas eles tem um longa tradição de mortes em forcas, na fogueira ecc. Uma coisa que me impressionou muito foi a morte das mulheres consideradas bruxas. Eles levavam a criatura para o morro do Castelo. Prendiam cada mão no pé oposto de forma que o corpo parecesse um bola e atiravam no lago abaixo. Se a mulher sobrevivesse é porque era bruxa e deveria morrer na fogueira. Mas como eles eram cristãos eles a  estrangulavam primeiro, como medida de caridade, e depois lançavam o corpo na fogueria. Se morresse afogada, a família receberia  um pedido de desculpas e poderia tbém providenciar  um enterro cristão É mole? Fiquei muito mal impressionada e nem podia mais apreciar a beleza daquele monumento ao terror, sem me lembrar dos acontecimentos do médio evo.
Dia 27 cedinho fomos para o mesmo Castelo, para uma visita. Chovia ou nevava fino, já nem sei mais. O local é muito interessante e as crianças gostaram muito do museu da guarda da Rainha, com muitas animacões de guerra, pequenos tanques e cavalos.

 Incrivelmente o Julio  gostou de ver os brasões dos que tombaram na segunda guerra mundial, num panteão que se situa dentro das muralhas. Vimos também o quarto em que Mary Stuart deu a luz ao seu filho futuro rei James VI e a parte intima do castelo, onde viviam. Do alto a vista da cidade é também muito bonita. Dentro das muralhas  pode-se apreciar o prédio mais antigo de Edinburgh, a Igreja de Sta Margarida, datado de do ano 1076.  De fato Edynbourgh e uma bela cidade e merece ser vista na primavera, quando tudo fica mais iluminado e não deve ser  tao sombria e gelada.
Bem, teriamos muita coisa para falar de Edinbourgh, tais como as liquidações de cashmere, brinquedos infantis, kilts, dentre outras lembrancinhas do lugar. Achei que vale a pena comprar, devido ao tempo tào fechado e frio as liquidações começaram antes do natal. Os preços são bem menores do que os praticados em Londres para os mesmos produtos.
Mas Ricardo e Carol chegaram, já se comunicaram que estão nos esperando no hotel em Londres e é hora de levantar acampamento. Rumo a Londres...Nos encontramos lá.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Entre o inferno e o paraíso

Muita coisa aconteceu neste Natal. Uma grande nevasca, até certo ponto inesperada chegou junto com os filhos e netos  e impediu-os de aterrisar em Londres.

Heathrow, tão inglês, sempre working, enquanto Gatwick ou os demais fecham pelo mau tempo, desta vez sucumbiu. Foram três noites de angustia e apreensão principalmente pelas  crianças entre idas e vindas ao aeroporto Charles De Gaulle em Paris, para onde o vôo foi desviado. Como tínhamos planejado as viagens, dia a dia, assim que a família chegasse iríamos direto para  Glasgow, na Escócia, onde começariam nossas férias.  Nossas passagens de trem estavam reservadas, os hotéis também, tudo  com prazo , mas o atraso  de três dias arruinou a primeira fase da viagem.
Chegamos a ir a Glasgow, mas foi uma rápida passagem  correndo atrás do itinerário. Foi uma passagem relâmpago  sob  neve  no dia 21 de dezembro. A tarde estava escura, não tivemos tempo sequer  de almoçar. O trem saiu da Estação de  Euston/Londres  aí pelas 8 da manhã. Meus familiares conseguiram aterrisar em Heathrow  a meia noite da noite anterior. Saímos do aeroporto pelo meio da madrugada. Havíamos acertado dois taxis, que compareceram na hora marcada. O acerto foi feito com uma empresa de taxi  aqui do bairro mesmo, para evitar os extorsivos preços do aeroporto durante a madrugada. No entanto o taxi cobrou mais do que o acertado. E os dois elementos que vieram não estavam para brincadeiras nem para discussões. Pagamos sob protesto e pronto. Estou anotando no meu caderninho para reclamar com Sua Majestade na próxima entrevista que tiver com Ela. Explico: aqui não tem juizado de pequenas causas, PROCON ou outras ajudas ao consumidor como em  alguns países adiantados que conhecemos! (Aos meus leitores do Japão, Rússia e EEUU adiciono que  esta última frase contém ironia própria dos brasileiros – falar com Sua Majestade quer dizer que não temos com quem nos socorrer, uma vez que falar com Ela é uma coisa impossível para o comum dos mortais).
Well, Seguimos direto para o centro da cidade próximo a Estação de trem, booking feito pela internet. O hotel era uma daquelas casas inglesas típicas. Simpático,  mas o preço cobrado não correspondia ao conforto que se esperava . Colchão ruinzinho, banheiro apertado.” I woudn’t recomend”. Deixa pra lá, umas horinhas só...Bem por isto, nem o café  da manhã pudemos tomar. Uma rápida xícara e começa a correria.
 Tínhamos reserva na Virgin Trains, não havia porque se preocupar, mas alguém já me falara da desorganização dos trens que servem a Escócia. Não acreditamos. Mas estava começando um calvário. Quando entramos no trem a turba já tinha tomado conta. As malas nos corredores impediam a passagem para carrinhos , crianças e malas. Entramos no vagão errado e eu mandei um escocês de dois metros de altura, se levantar porque o lugar era meu. O homem ficou meio desconcertado, e já ia “obedecer” quando descobri o erro. Que vergonha! Mas eu já estava ficando muuuiiiito irritada. Fomos pulando por cima de pessoas (aos montes, como gado) até chegarmos aos assentos corretos . As pessoas que os ocupavam se recusavam a deixar os lugares dizendo que as reservas estavam canceladas..rsss... Foi preciso a intervenção do Chefe de trem  ( não sei se é assim que se chama o funcionário que atende nos trens), para as pessoas cederem os lugares.
Retomando....Depois de muitas horas de viagem chegamos  a Glasgow, cansados , com sono e fome. Quando nos sentamos no restaurante da estação para almoçar  descobrimos que o trem para INVERNESS, partiria de outra estação em cerca de 20 minutos. Não  havia um taxi sequer no ponto. Acho que nem eles ousariam sair a rua com aquele frio . Olhamos o mapa e descobrimos que a estação ficava a umas tres longas quadras  dali. Enrolamos o que deu das comidas e sucos  para as crianças e  sem abandonar  os  trolleys ( carrinho para transportar malas) pertencentes àquela estação cruzamos o centro da cidade numa correria alucinada. A neve caindo impiedosa.  Chegamos a 10 minutos da partida do trem. Ainda tínhamos que validar as passagens ( compradas a partir do Brasil, para 4 viagens no período de 2 meses). Havia fila, com certeza perderíamos também este trem. Já havíamos perdido os dias de Glasgow. Nada estava dando certo.
Mas a fila andou rápido e o  trem atrasou. Havia qualquer defeito a ser reparado, pois os mecânicos corriam de um lado para o outro. Depois vieram pedir desculpa e  suprimiram um carro. Ou seja, novo aperto, nova falta de lugares.
O trem lotou, não achamos lugares juntos. Fui para a primeira classe com o Julio ( meu neto mais velho – de 4 anos).A diferença entre a primeira classe e a segunda era uma mesa entre os assentos, o que tornava os espaços super apertados e muito mais desconfortáveis do que a segunda.  Sentamos numa dessas mesas. Na minha frente o Julio  e a sua esquerda uma moça que não tirou nunca os olhos do livro que lia. Ao meu lado   homens autralianos conversavam aos altos brados . O inglês deles era ininteligível. Não sei o que falavam, mas não me pareceram amigáveis. Fiquei desconfortável com aqueles pinguços barulhentos em volta. Rodrigo, meu filho e pai do Julio,  sentou por perto, num outro banco.
 Assim saiu o trenzinho com dois vagões rumo ao pólo norte, em meio a uma solidão branca e gelada. Lindo nao e'?  Confesso que estava um pouco decepcionada com a situacao, eu, que sempre  fora uma apaixonada por trens e que sempre achei muito romântico viajar de trem. Tentava me consolar pensando que tudo devia estar assim caótico por causa da proximidade das festas natalinas. Agora, pensando  racionalmente concluo que  nada justifica a incompetência administrativa da ferrovia britânica (VIRGIN TRAINS) e pior ainda, o desrespeito com que tratam o usuário dos seus serviços. Overbooking no local é regra.Fique de olho caro leitor, quando quiser viajar de trem para a Escocia.
Quase uma hora depois chega o Toninho chamando para sentarmos todos juntos. Assentos cara a cara, espaço para as crianças. Algumas pessoas que ocupavam os lugares haviam descido numa das paradas. Alívio grande. Achei meu computador e o Júlio que já estava ficando irritado, ficou absolutamente entretido com os games e jogou até o trem finalmente chegar na distante Inverness.

Estação pequena, já havia anoitecido. Tudo escuro. Tiramos fotos: BENVINDO A INVERNESS.


O frio confirmava o nome do lugar, para nós brasileiros. Treze graus abaixo de zero, era de gelar os ossos. As crianças foram cobertas com cobertores e o carrinho fechado com plástico a prova de chuva e neve. Rodas altas para rodar pela neve.


Aguardamos um pouco até aparecer um taxi, dois..O hotel era muito perto. Passamos por um restaurante animado, a fome apertava. O hotel foi uma agradável surpresa.



 Muito bem localizado a beira do Rio Inverness, diante do Castelo que  o margeia.( Cidade que se preza na Grã Bretanha tem seu castelo).

Hotel aconchegante, bem decorado, camas king size, macias e cheirosas, aquecimento reconfortante. Lareiras acesas, apenas para dar o efeito romântico, já que o aquecimento é feito como em toda a Grã Bretanha, através de uma central de aquecimento com o calor sendo difundido pelos radiadores, instalados em todos os aposentos.
Decidimos fazer uma rápida higiene e sair para comer, naquele alegre restaurante que havíamos divisado na vinda, e ficava a poucos metros do hotel. Apesar do frio polar, a lua brilhava enorme e prateada no céu do local mais ao norte do mundo em que  haviamos pisado ,até então. Era o fim do nosso sofrimento de tantos dias. O jantar foi fantástico e não só por causa da fome.
Neste restaurante amigável, como todos em Inverness, conhecemos um senhor francês, chefe de cozinha numa localidade próxima a Aberdeen. Conversamos muito, e a gente o viu chamar o chefe para  elogiar a cozinha.
Passeamos um pouco, mas com temperatura tão baixa e um dia tão cheio de emoções não era possível continuar por muito tempo longe do aconchego e do calor do hotel.
Acordamos cedo, tomamos o café, encontramos o chefe de cozinha francês que nos cumprimentou efusivamente ( estava hospedado por coincidência no mesmo hotel). Meu filho e família quiseram descansar e ficaram dormindo. Toninho e eu saímos sob o inclemente rsss  sol  do norte do mundo ( no inverno). Visitamos o castelo, que fica no centro da cidade e diante do nosso hotel , na margem esquerda do Rio Inverness. Embora houvesse neve por todos os lados, as calçadas estava limpas, podia-se andar em segurança. O sol deixava tudo mais bonito. As casas são muito bonitas. Fora do centro histórico pudemos apreciar as moradias , os conjuntos habitacionais dos cidadãos de Inverness e o que vimos nos agradou bastante.
Voltamos ao hotel, chamamos um taxi Van e fomos com toda a família para o lago Ness. O taxista nos deixou lá e voltou para a cidade aguardando a chamada para o retorno. O lago Ness é muito azul e fica em total harmonia com o céu  e a neve que cobre suas margens.


De repente, vimos  Nessie , que  mergulhava e aparecia. Nos sonhos do Julio ela  piscava os languidos olhos de longos cilios, e por fim cansada deitava sua cabeça pequena em seu  colo macio e adormecia sorrindo, enquanto ele fazia cafuné e contava histórias do Brasil.


Eles compraram muitas Nessies no shopping da dinossaura e Julio passou a dormir agarrado a ela, todas as noites após esse memorável encontro.
A tardinha rumamos para Edinbourgh, mas esta é uma outra estória.
   SOBRE INVERNESS: INVERNESS e' uma pequena cidade ao norte da Escocia e proxima ao Circulo Polar Artico. O povo e' gentil como as pessoas do interior costumam ser. A cidade oferece todos os confortos de outras cidades maiores. Bons hoteis e lojas, alem de restaurantes. Tem uma rua principal para pedestres, onde se localiza quase tudo que a cidade tem para ver e servicos a oferecer. Tudo muito facil de localizar.
O lago Ness fica nas cercanias, mas o centro de apoio ao Turista ( barcos e compras), fica a cerca de 15 km do centro. Existe empresa de turismo ( pode-se fazer o booking junto ao Castelo, na rua principal) que faz o passeio, leva de barco pelo lago e depois para visitar uma ilha que possui um castelo em ruinas. Passeio agradavel.
O taxi cobra pelo taximetro e custa aproximandamente 45 libras , uns R$120,00 - ida e volta.
I'd recomend.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...