quarta-feira, 3 de agosto de 2011

ISRAEL


JERUSALÉM - A TERRA SANTA



Nessa viagem, desde que saimos do Brasil, fizemos oito trechos em aviao: Sao Paulo/Londres – Londres/Cairo – Cairo/Luxor – Luxor/Cairo – Cairo/Amman – Amman/ Tel Aviv – Tel Aviv/Londres – Londres/Sao Paulo. Como veem ficamos experts em aeroportos, alfândegas e  polícias de fronteira. Na Inglaterra, como eu falei em outras postagens, a polícia está ficando cada dia mais exigente, gosta muito de longas entrevistas (boring) , sendo a pessoa jovem ou mais madura. Os paises árabes foram muito cordiais sempre e receberam como se recebe a um turista, que vai deixar divisas para o seu pais, com todas as facilidades. E... VAI ...BRASILEIRO TÁ  PODENDO...MODESTIA ÀS FAVAS...Melhor nos agradar..nos paparicar...Em Israel não  é bem assim. No retorno para Londres chegaram a tirar o meu marido da fila para análise de seu passaporte europeu. O meu verde/amarelo de capinha azul foi carimbado sem maiores problemas. Mesmo assim eu acompanhei meu marido , pois não ia sair de Israel e deixá-lo  a mercê sabe Deus de que e de quem...Fiquei muito brava. Pois isto gera desconforto e constrangimento.
A gente até entende que eles tenham que ter muito cuidado para não correr riscos de atentados, mas brasileiro só é assustador no trânsito, o que não é o caso. O povo normal é bem tranquilo e não gosta de briga. Sobre a outra nacionalidade dele,  a região do qual ele é oriundi - Múrcia, na Espanha -   é pacata também. Bem, deixando meu protesto de lado vamos ao  próximo  episódio: a  viagem a Jerusalém.
Saimos , com dor no coração,  do encantador Reino Iachemita da Jordânia. Achei elegantes aquelas aeronaves da Royal Jordanian Airlines...Tudo vale a pena no pequeno  e progressista pais do Oriente Médio. Ai que saudades de Petra...

Poucos minutos após deixar Amman, Aeroporto Queen Allia, estávamos sobrevoando a cidade de Tel Aviv. Menos de trinta minutos e já estávamos divisando essa progressista cidade de Israel. O avião fez uma longa volta sobre o mar Morto e finalmente   aterrisou no Ben Gurion. Que aeroporto lindo ! Muito vidro, fontes, paineis.
Antes mesmo de pegar as malas já constatámos a presença do  nosso “transfer”. Saimos do aeroporto direto a Jerusalém. A cidade é organizada, limpa e muito  bonita.
Nos hopedamos no Hotel Dan Panorama.

O hotel estava cheio, diferente dos demais em que nos hospedáramos. Para nossa surpresa ficava num ponto bastante favorável, tanto do nosso objetivo maior, o de visitar exaustivamente a Cidade Santa ( a Old Jerusalém - cidade velha) e a rua onde se situam alguns bons  restaurantes. Isto é fundamental.
Confesso que o Hotel, categoria quatro estrêlas, deixou um pouco a desejar. O atendimento na recepção era fraco, lento, quase desinteressado. O serviço de limpeza dos quartos também. O restaurante ..hummmm, melhor não falar...Um dos nossos guias disse  que o hotel estava mudando de dono, razão pela qual estava caindo de qualidade. Lamentável, porque está bem situado e tem uma boa estampa (hoje estou para reclamações). Na verdade o viajante sempre espera mais dos países mais ricos, e como foi o pior serviço que tivemos acho bom divulgar. Afinal  o blog serve para isto. 
Prosseguindo. Feito o check in, tomado um banho rápido fomos caminhando até a grande  Muralha que contorna a velha Jerusalém. Caminhando agradavelmente pelas ruas floridas aparece de repente  a visão da imponente construção.


 PORTA DE JAFFA, o principal ingresso. Subimos as escadarias que levam até a nossa Cidade Sagrada. Ao transpormos os umbrais, Toninho me perguntou: fim de tarde , o movimento começa a cair, para onde iremos? Bem... respondi, deixa a Mão Dele nos levar. E nos levou, vejam onde paramos, sem mapa, sem bússola, sem GPS:

ao Santo Sepulcro. Estava vazio. Nós e ÊLE. Foi uma emoção. Percorremos cada espaço, cada palmo para tentarmos nos localizar na Biblia, na história, no centro da religiosidade.  Na entrada, uma lápide sinaliza o local onde o corpo de Cristo foi deitado após ser retirado da cruz.

 





 À direita a base do Gólgota é vigiada por uma freira que ora num dos cantos. Apenas um vidro mostra como era este sitio à época da condenação e morte de Cristo.

Subindo as escadarias que ficam imediatamente à direita de quem entra na igreja, e acima da sala mencionada está o local oficial onde Cristo foi crucificado. Ali existe uma cruz e abaixo da cruz está exposta igualmente uma parte do  terreno, onde através de um buraco se pode tocar com  a mão a terra nua.
Descendo e seguindo para a esquerda, chega-se ao local do sepultamento. O jazigo é uma capela, em tons rosa seco e encimada por painéis de colorido vivo, com passagens biblicas.  

Penetra-se numa ante-sala estreita e escura, iluminada por velas .

 Finalmente, após prosseguir  por uma estreita e baixa passagem chega-se ao Túmulo. No local cabem poucas pessoas (três ou quatro). A sua vigilância é feita pelos representantes do vários ramos do Cristianismo: ortodoxos gregos, sírios, armênios, coptas e etíopes,  pelos católicos romanos e outros. A igreja troca diariamente de administração, sendo a chave entregue ao segmento escolhido por um muçulmano, conforme tradição. Isto porque os co-irmãos em Cristo não se entendiam no que se refere ao quesito administraçao desse solo sagrado. E está dando certo há centenas de anos. O que prova que poderia dar certo o convívio entre eles também..Por que será que náo se entendem? Parece uma pergunta ingênua diante de tantas implicaçôes históricas e políticas, mas pode ser interpretada como "puxão de orelhas".
Naquele primeiro encontro o túmulo santo estava sendo  cuidado por Ortodoxos Gregos. Voltamos para o hotel, passando com calma pelas lojas convidativas e coloridas  da velha cidade. Alma lavada, restaurada, revigorada.


Um taxi nos levou até um restaurante  pois já era tarde, a noite havia caído e a fome e o cansaço já se manifestavam.
Foi um sono bom, daqueles que descansam o corpo exausto.
Dia seguinte fomos atrás da VIA DOLOROSA .
 Vale ressaltar inicialmente que a cidade antiga (Old Jerusalem) é dividida em quatro bairros (quarters): Armenian Quarter (Bairro Armênio), Christian Quarter (Bairro Cristão), Moslem Quarter (Bairro Muçulmano) e Jewish Quarter (Bairro Judeu).
A Torre de Davi, logo  a direita da Porta de Jaffa, encontra-se no Bairro Armênio. Caminhando nesse mesmo lado, sentido anti horário está o Bairro Judeu junto ao famoso Muro das Lamentações (Western Wall). Prosseguindo temos o Bairro Muçulmano, com a famosa Dome of the Rock, recoberto de ouro. Fechando o circuito e encontrando novamente a  Porta de Jaffa temos o Bairro Cristão onde está o Santo Sepulcro.
Para ir direto rumo ao Santo Sepulcro assim que se passa a Porta de Jaffa anda-se em frente pela King David St, sempre descendo.O caminho é em meio ao labirinto de lojas com todo o tipo de ofertas, desde tapetes e mantas bordadas, a jóias e bijuterias, pequenas lembranças, temperos, comida e bebida.
A Via Dolorosa tem o nome assim mesmo, escrito em latim, igual ao português. Portanto não há dificuldades. Além desta facilidade ainda há boa sinalização. O nosso livro/guia londrino sobre Jerusalém descrevia com clareza os pontos de interesse (pode-se baixar mapas pela internet ou retirar nos hotéis e lojas de informações turísticas). Cada um deles revela surpresas impensadas, capelas, grutas, subterrâneos.



 Palmilhe...você vai se surpreender. Por exemplo: a terceira estação da Via Sacra ou Dolorosa possui  ruínas. Entre na loja que fica à frente e prossiga, desça as escadas , caminhe pelas galerias e  vá encontrando maravilhas.Bases dos antigos prédios, dutos e objetos descobertos com os trabalhos arqueológicos.

A maioria das estações possui capelas, mas nem todas estão abertas todo o tempo. Com vários dias de caminhada por lá conseguimos visitar todas, exceto a primeira estação que fica no interior de uma madrassa (escola muçulmana).
Depois fomos atrás da Cúpula dourada do Mount Moriah, mas todas as entradas estavam bloqueadas. Tentamos inúmeras vezes e só pudemos vislumbrá-la de cima das muralhas. Os muçulmanos não facilitam as visitas. Os guardas estavam fortememente armados e não deixavam sequer chegar perto. E mais. se você pergunta eles dão informações erradas sobre os horários de visitas.

Fomos para o setor Judeu, da cidade velha, ao Muro das lamentações, lá chamado de Western Wall. (daí a nossa dificuldade em localizá-lo). É um lugar que impõe muito respeito. O Muro tem a cor do deserto, e tudo é muito claro.

O calor estava escaldante, mas muitas pessoas estavam lá fazendo suas orações e pedidos. Há acessos separados para homens e mulheres. Cada um no seu espaço. O que me chamou a atenção, mais do que o fervor dos Judeus, foi o armamento usado pelos jovens. Estava muito distraída vendo através da tela o Toninho de quipá, se aproximar do Muro, quando ao meu lado  percebi pelo canto do olho,  um adolescente com uma arma pesada (tipo fuzil). O meu coração quase parou. Achei que iria ser vítima em alguma chacina. Mas depois vi que se tratava de um grupo de jovens em visita ao local. O rapaz estava designado como segurança. Ufa!

Tendo esquecido minha máquina fotográfica digital no hotel, comprei uma maquininha descartável para registrar algumas imagens deste místico lugar. Para minha surpresa e desapontamento quando levei para  revelar o fotógrafo me mostrou que a máquina havia sido reaproveitada e das 24 fotos tiradas salvaram-se apenas 5 em estado razoável. Desonestidade por todos os lados.  
Saindo da cidade tomamos um taxi para o Monte das Oliveiras. Fomos até Mesquita da Ascenção.

 Estava fechada.  Seguimos então para o horto onde Jesus ensinou o Pai Nosso aos apóstolos. Trata-se de um local que pertence ao governo francês. Existem muitas oliveiras velhas de tronco enorme, mas fala-se que elas teriam no máximo 1000 anos, portanto não seriam contemporâneas de Cristo.

Nas paredes do templo estão grafados ' painossos '  em todos os idiomas conhecidos e desconhecidos. Passeamos por entre as oliveiras e depois entramos na gruta onde teria sido o local exato das pregações de Cristo. Foi o lugar mais autêntico que visitamos. Os outros estão em lugares edificados demais...Dali fomos achados pelo porteiro para avisar  sobre o encerramento da visita. What a pity! Descemos o morro na direção das cavernas com túmulos dos profetas do antigo testamento. Do alto descortinávamos o imenso cemitério do Vale de Josaphat ou Cedron, onde segundo o Novo  Testamento será realizado o  Julgamento Final. Bom, ressuscitar primeiro que os demais..sinal que viver  é bom, já que tantos querem voltar logo...Descendo do alto do bíblico sítio, entramos no Dominus Flevit, com vários  túmulos nos seus aprazíveis jardins, depois passamos pela igreja da Maria Madalena com sua bela cúpula dourada e arquitetura oriental (russa). até chegarmos ao Jardim do Gethsemane (pode?).

Nem eu acredito neste mergulho bíblico. A Igreja  de Todas as Nações estava aberta, havia uma reunião de paroquianos. O tema deveriiiia....ser sobre assuntos teológicos, mas como eu não entendo hebraico...fico devendo esta informação. O clima era de muito respeito e falas baixas, tivemos que fazer a visita silenciosa e sutilmente para não quebrar a concentração dos participantes  e não agitar aquele ambiente de meditação.
Saindo do templo ainda fomos visitar o tumulo da Virgem Maria, que também estava sendo guardado por padres cristãos, talvez armênios ou gregos. Trata-se de um templo erguido sobre uma gruta,
vai-se descendo escadarias largas, no final caminha-se para  a direita. O túmulo fica localizado dentro de outra gruta. O ambiente é leve e diáfano como o véu azul associado a imagem da  Santa Mãe de Deus. Já os locais associados a Cristo são mais pesados porque remetem a  um julgamento forjado, injusto  e a condenação a morte. É diferente.
Ao sair tomamos um taxi e tivemos que negociar (de novo!!), pois o preço era bem superior ao da vinda. Após o banho e um rápido descanso fomos jantar na área da rua  Emek Refa´im, onde se situam bons restaurantes ( tem até carne argentina, com molho chimichurri).
O dia seguinte seria feriado nacional, dia da Colheita. Nada estaria  aberto. No hotel nos sugeriram um passeio ao interior. Escolhi Belém, mas fomos desestimulados porque é parte controlada pelos Palestinos, precisa de passaporte (não que não tivessemos um), mas disseram que não havia mais vagas etc..ou seja..nos forçaram a 'escolher' Massada e Mar Morto (com direito a banho e tudo)...Depois eu conto...



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...