OUTONO EM WASHINGTON
Tudo automatizado. Até o despacho das bagagens é feito pelo próprio passageiro, nas máquinas disponibilizadas no setor. Alguns funcionários ficam no local para dar informações, já que não é todo mundo que sabe operá-las. O valor do transporte da bagagem não está incluído na passagem. A Companhia cobra $25 dólares por cada mala. Com duas malas , pagamos 50 dólares, apenas passando o cartão de crédito. Tudo prático, porém não sei se justo. Acho que o Brasil é o único país que oferece facilidades no transporte e volume de bagagens. Uma vantagem para nós ( falo do povo brasileiro... me incluindo), que somos famosos por nossa sede por compras e também não somos práticos na hora de decidir o que incluir na bagagem. Você leitor, caso queira fazer vôos internos nos EEUU com empresas americanas, preste bastante atenção nas condições do contrato. Pode sair mais caro.
Continuando....Dirigimo-nos ao balcão para a entrega das malas e ainda sobrou um tempinho para um lanche. O Toninho estava tão tranquilo que me surpreendeu. Mas toda esta calma acabou quando lembrou que ainda tínhamos que passar pela revista da polícia Mesmo em se tratando de viagem dentro do país, há todo aquele ritual para a revistas de pessoas e bagagens de mão. Quando nos dirigimos ao portão a fila estava enorme...mas acabou dando tempo.
Quando o avião decolou senti que estava deixando para trás todos os dissabores. Afinal 3 horas depois a temperatura estava como eu gostava e me sentia bem: 31 graus mais baixa do que Miami, pleno inverno.
Dia 24 a noitinha, chegada ao aeroporto Ronald Regan . Ali também existem taxistas clandestinos e foi na van de um deles que fomos para o hotel, apesar dos meus protestos. Já esperava dentro do veículo um senhor japonês. A van 'alçou vôo' e nos levou primeiro ao nosso hotel. Pensam que as trapalhadas terminaram por aí? Entramos no hotel com a mala do japonês, que era bem menor que a nossa. De repente veio o taxista esbaforido com a nossa mala pra realizar a troca. Quando eu lembro de tudo isto não sei se rio ou se choro...
o táxi parou na lateral do hotel Morrison Clark Historic Inn, um casarão Vitoriano de 1864 www.morrisonclark.com, no centro da cidade, esquina das Ruas 11 e LNW. Fiquei assustada porque a casa parecia uma 'haunted house'. Eu falei isto para o taxista e ele disse que estava acostumado a levar hóspedes lá e que o hotel era muito bom e bem cotado e que não tinha fantasmas não.
É que sendo noite e os plátanos todos desfolhados, ventando...casa cheia de varandões, obras na praça ...me pareceu lúgubre.
Quando contornamos e entramos pela entrada principal tudo mudou de figura. Era uma casa imponente, elegante, confortável. O aquecimento na medida, nem quente nem frio, toalhas bem dobradas, lembrancinhas sobre a cama. O chuveiro poderia ter água mais volumosa. Mas fora isto era bem agradável.
Já estávamos cansados e não queríamos ir longe para jantar. Pedimos informações na recepção e nos perguntaram se não nos importaríamos em comer comida latino americana. Claro que não...então nos indicaram o El Rinconcito ( 1129 11th St NW). Aparência modesta do restaurante contrastava com a fartura e apresentação dos pratos. O preço foi bem barato. Serviam tanto carnes como frutos do mar, saborosamente preparados. Comi um pratão de camarão do grande, com entrada, suco e sobremesa e saiu por 13 dólares.
Dia 25 foi dia de passear logo cedo. As avenidas de Washington são amplas e longas.
A Pensilvânia, por exemplo, cruza até a Casa Branca, passa o jardim e continua até o Capitólio. Numa linha reta você tem a ligação do Capitólio ao Obelisco.
Pegamos um mapa e descemos pelo N York Avenue indo até a Casa Branca.
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| Casa Branca ( veja como é distante do público) |
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A impressão foi boa no conjunto denominado National Mall. Ao contrário do nosso primeiro contato com a cidade no caminho entre o aeroporto e o hotel, onde os prédios pareciam muito austeros do alto de sua cor cinza. São prédios da administração pública ou de empresas.
Da Casa Branca, indo pela Pensilvânia Ave, passamos pelos grandes hotéis e Ministérios até o Centro Ronald Reagan, onde lanchamos. Este Centro contorna uma ampla praça em circulo, com restaurante de cadeiras na calçada. Nos dias frios há opção dos fast foods no subsolo.
Em seguida pegamos ali perto mesmo, o Red Bus para um tour pela cidade. Há vários circuitos e os ônibus turísticos adotam cores variadas para cada itinerário( azul, vermelho, amarelo e verde).
Procure conhecer as linhas que levam de Georgetown ao Pentágono,ou ao Cemitério de Arlington, ou ainda simplesmente ao centro da cidade com seus museus, monumentos, prédios públicos, igrejas, etc...
O nosso roteiro dava direito a rodar pelo National Mall, onde se situam o Capitólio, o Obelisco, os memoriais a Lincoln, a Martin Luther King, Jefferson. Todo o trajeto é uma pintura, com lagos, árvores maravilhosas naquele tom ferrugem outonal.São muitos os memorais, vamos descrever alguns deles a começar pelo de Jefferson:
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| Memorial Jefferson |
LINCOLN MEMORIAL
O Lincoln Memorial tem vista para a explanada que atravessa o Obelisco ( Washington Monument) até o Capitólio.Esse Panteão foi inaugurado em 1922 em honra ao Presidente Abrahan Lincoln. Encontra-se atrás de um grande espelho d'água chamado de Reflecting Pool. O prédio também é de estilo neoclássico.
O local tornou-se internacionalmente famoso porque diante do Reflecting Pool e de uma multidão de seguidores o pastor e advogado Martin Luther King ( ativista pelos direitos civis do negros) fez o famoso discurso:" I have a dream". Mais tarde o local foi objeto de nova exposição mundial no filme Forrest Gump estrelado por Tom Hanks.
MEMORIAL A MARTIN LUTHER KING JUNIOR -
O local desperta no visitante uma grande emoção. Merecidamente ele se encontra entre os Memoriais de Lincoln e Jefferson, sem ter sido como os dois , presidente dos EEUU . É a primeira homenagem deste tipo a um homem negro. Ele foi o grande batalhador pelos direitos civis dos negros americanos, que sofreram toda sorte de injustiças e maus tratos ( não que no Brasil não se tenha feito barbáries contra homens e mulheres arrancados do Continente Africano para servir na condição de escravos).Mas os americanos radicalizaram mais a separação entre brancos e negros, tanto no convívio como nos movimentos violentos contra essa população já marginalizada e oprimida. Há na área do monumento , como nas demais, uma grande escultura do homenageado, esculpida na rocha. Um belo lugar para se visitar.
Para chegar aos locais acima descritos há metrô. Se você pegar um ônibus de turismo ( como o red bus), você pode descer, visitar o monumento e (guardando o ticket) embarcar novamente após a visita para novamente parar e prosseguir.Tudo depende do plano que você comprar( 24 horas, 48 horas and so on).
Washington tem memoriais para todos os tipos de gostos e interesses. Assim você ainda pode visitar:
- Memorial das Mulheres do Titanic ( estátua de granito, está localizada na P Street, na região sudoeste da cidade, ao lado do Canal. No filme Titanic o casal protagonista imita a pose da estátua, com os braços abertos na proa do navio.
- Memorial das Vítimas do Comunismo ( localizado nas proximidades do Capitólio)
- Franklin Delano Roosevel Memorial, tem como endereço o 1850 do West Basin Dr, SW.
- Memorial Nacional da II Guerra Mundial, está situado na 17 Street, entre a Independence e a Constitution.
- Memorial aos Veteranos da Guerra do Vietnam - localiza-se próximo ao Obelisco (Washington Monument) no Constitution Gardens, dentre outros
Depois das visitas descritas, voltamos para almoçar na Grand Union Station,um prédio bonito num restaurante bem aconchegante, o Roti Grill. A comida no entanto era um pouco adocicada. O vinho não foi dos mais apreciados.
Depois dos passeios fomos indo a pé para o hotel, cruzando algumas avenidas com cinemas e casas de show, cheias de filas. Nas imediações do hotel não resistimos a uma casa de vinhos e outros produtos que combinam bem com a bebida ( nos chamou a atenção o charme do meio rural..adaptado ao gosto urbano) e compramos queijos, frutas secas, iogurtes e todas as guloseimas que aguçaram a nossa gula à primeira vista. O frio abaixo de zero nos levou para o hotel mais cedo, porém já sendo noite.
Dia 26 fomos direto para a Macy's, entre o hotel e a Casa Branca. Os preços ainda não estavam convidativos, mas os produtos sim. Na parte para recém nascidos compramos algumas peças que faltavam para o enxoval do Rafinha. Como chovia compramos sombrinhas e eu ainda comprei um chapéu de lã.
Saímos e fomos conhecer o metrô. Pedimos orientação para o gentil atendente. Lá cada viagem tem um preço de acordo com o destino, acrescido de 1 dólar. Pagamos cada bilhete 3,65$ até o Capitólio. Foi uma boa experiência.
Bem...o Capitólio...é linnnnndoooooo!
Nas fotos aparenta menos do que realmente é. Prédio majestoso, jardins espetaculares com suas vestes outonais. A entrada fica na parte subterrânea, à direita de quem está diante do prédio. É sinalizado adequadamente. Nós entramos e pegamos a fila do tour pelo prédio que é orientada por guias do local. É tudo rápido e não se paga para entrar. Não há burocracia também. Visitamos a rotunda e outras salas.
De repente fomos interrompidos por uma chamada de celular. Minha cara quase caiu no chão, pois apesar de ter um telefone com chip americano, nunca imaginei receber qualquer telefonema lá. A ligação acusava 'hollywood'. Oba, pensei, vão me contratar... Distancie-me do grupo e fiquei num canto da janela. Precisava me concentrar para o diálogo. Á prova meus cursos de inglês e principalmente meu aprendizado. A ligação era da Hertz, queria falar sobre o acidente de carro..péssima lembrança, local inadequado, mas enfim estabelecemos o diálogo e fiz os esclarecimentos solicitados. Clap, clap, clap..passei no teste da compreensão e comunicação em inglês..uau!
Perdidos do grupo, não houve como recuperá-lo, então acabamos vendo o restante sozinhos. Ainda tive que enfrentar uma bronca do marido que achou ruim eu estar usando celular onde não era permitido. (@#$*&). Afinal foi uma surpresa e uma urgência. Sorry.
Dali fomos almoçar no próprio Capitólio. O restaurante fica na parte subterrânea do prédio. É grande, com variedade de itens (não muito apetitosos) mas tivemos opções de frutas, sucos etc.. É relativamente barato.
Quero deixar aqui a minha impressão sobre o povo americano e como ele lida com a res publica. Eles tem um enorme respeito e orgulho por suas instituições. Isto nos falta. Nós sempre falamos mal do Brasil, dos brasileiros, é uma mania nacional. Tudo dos outros é melhor. Lá não. Eles amam as coisas deles, amam a própria história, tem orgulho dos seus heróis. Isto eu aprecio.
Antes do nosso passeio vimos um filme sobre os Estados Unidos onde este traço estava bem destacado. Também mostrava paisagens estonteantes do território americano e eu aproveito para mostrar esta linda lembranças dos jardins do Capitólio.
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| Washington - Capitólio na sua melhor roupagem |
De lá seguindo pela Jefferson Dr fomos ao prédio central de administração do Smithsonian, que fica no número 1000. É um castelo de tijolinho, jardins bem cuidados e uma cafeteria para um lanche ou chá da tarde. Este prédio se destaca na arquitetura da cidade.
Em Washington eles ficam todos próximos uns dos outros e na região do National Mall, entre o Lincoln Memorial e o Capitólio. Bem fácil identificar e chegar. Difícil é escolher qual visitar. Vou citar os que não vimos ( só passamos em frente)e depois relatar a visita ao escolhido:
National Zoological Park -
National Museum of African History and Culture-
National Museum of African Art -
National Museum of Natural History - Esse é muito bem avaliado. Mas como conhecemos o de Londres e o de N. York deixamos de ir e parece que perdemos. Tanto em matéria de organização como de abordagem do tema li que este é muito bom e está à frente dos dois mencionados.
National Portrait Gallery -
Museu Memorial do Holocausto -
National Postal Museum - e outros
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| Museu Postal |
Depois seguindo pela mesma calçada da Jefferson Ave, no sentido Capitólio,nos dirigimos ao número 600, onde visitamos demoradamente o Museu Aeroespacial (National Air and Space Museum do Smithsonian Institute) , que nos encantou. Aeronaves de várias épocas, inclusive usadas na primeira e segunda guerras mundiais.
Muitas ficam sob sua cabeça, penduradas no teto. Há réplica do sputinik (primeiro satélite lançado ao espaço, pelos russos), foguetes, etc
Dizem que esse museu tem a maior coleção de aeronaves e naves do mundo. Assistimos um filme sobre o Universo, no IMAX PLANETARIUM, entramos na réplica de uma nave espacial. Vimos os detalhes da Apolo 11, roupas do Aldrin e dos outros astronautas, pedras da superfície da lua, a réplica do primeiro veículo que andou na lua.
Só saímos do museu quando fechou. Vale muito a pena uma visita .
Não deixe de ir.
Acabamos indo a pé até a av. 7 esquina com Independence, para jantar no restaurante italiano Carmine's. Erramos no vinho. Pedimos um Zinfandel. Era doce. O prato principal foi lazanha, mas de entrada veio pães e petiscos variados, bem saborosos
Pedimos meia porção para dois, por sugestão do garçon. Fiquei preocupada ...mas a porção era tão absurdamente grande que sobrou mais da metade. Acredito que a 1/2 porção dá para 4 pessoas. Querendo economizar e comer bem procure o Carmine's (Endereço: 425 7th St NW,). A parte este exagero , o restaurante é bem característico da Itália,decoração colorida, as paredes são cobertas de fotos dos donos com autoridades do governo e artistas. Também é frequentado por políticos.
Para a digestão de toda aquela comida, saímos a pé pela Chinatown No Verizon Center havia uma show de artistas jovens, com um público enorme na fila de ingressos e entrada. Próximo dali fica International Spy Museum, que todos falam valer a pena a visita (a entrada é paga). Logo adiante a quadra foi cercada por bombeiros, policiais ficamos amedrontados, muitas sirenes, não chegamos a saber o que aconteceu, mas nos esquivamos por outras ruas até alcançar o hotel. Que conforto, que calorzinho com todo aquele frio lá fora, sempre abaixo de zero. Hora também de arrumar as malas para o novo destino.
Foram poucos dias, reconheço.Minha sobrinha que trabalha lá tinha me falado que era uma linda cidade e que merecia uma atenção especial...Bem..fica para a próxima.
Dia 27 partida para New York. Escolhemos ir de trem, amo trens. Fizemos o breakfast no hotel, pegamos um taxi para a Union Station, que não fica muito distante ( fica ao lado do Capitólio).
Chegamos com antecedência. Foi fácil. Compramos a passagem antes do embarque e ficamos passeando pela estação, que é bem interessante.
O trem que pegamos foi o Antrak, lembram? Logo depois dessa viagem, ainda estávamos em N York quando houve um acidente grave nessa linha. Amigos nossos se preocuparam entraram em contato conosco para saber como estávamos. Mas o anjo da guarda que nos acompanha cuidou para que pegássemos o trem na data certa.
Embora mais caro que avião o trem tem muitas vantagens: os terminais são no centro das cidades. Nosso hotel em NY ficava exatamente na rua da Pen Station. Além de não ficar preso no trânsito, você não tem que pegar taxi. Mas se precisar de táxi não precisará andar muito ( isto se a hospedagem for no centro da cidade, claro).
Escolhemos o QUIET vagão ( Não foi boa escolha. Qualquer barulhinho era motivos de muitos pssss). Outra vantagem do transporte ferroviário é o espaço e o conforto. Parece um avião, só que espaçoso.
Duas horas após a saída de Washington chegávamos à Pen Station, centro de NY. Eram 15 para as 15 horas. Muito cedo achamos, a expectativa era de uma viagem mais demorada, chegada por volta de 15,40. Melhor que tenha antecipado do que atrasado, óbvio. Chovia muito, mas como o Hotel ficava a poucas quadras, saindo da rua em frente a Estação saímos puxando as malas. Logo ao chegar no hotel nos instalamos e recebemos as encomendas compradas a partir do Brasil, nos sites das empresas. Claro que não eram compras nossas, mas dos filhos. Mas foi uma boa surpresa. O hotel recebe até dez encomendas por quarto. Descansamos um pouco e saímos sem destino..mas isto fica pra contar depois. See you later!
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