Saimos no trem das 8,39 para Grenoble. O dia não era dos
mais ensolarados. Lá chegando pegamos o
Tramway para o centro histórico da cidade. Descemos depois de três paradas (Victor Hugo)
e seguimos caminhamos até a avenida beira-rio,
rumo a estação do teleférico, através do velhos casarões. Subimos ao Fort Bastille, de onde pode ser descortinada uma bela vista da cidade e das montanhas alpinas que a circundam. Se o tempo for favorável é possível visualizar até o lendário Mont Blanc, mas como tinha uma névoa a observação ficou um pouco prejudicada. Placas no mirante, indicavam a posição de cada montanha, isto facilitou um pouco a localização .
Fort Bastille |
O Fort Bastille é o
principal ponto turístico da cidade. O acesso comum mesmo é pelo teleférico.
o gracioso teleférico em forma de ovo |
As ruínas podem
ser visitadas, mas não achamos conveniente o seu desbravamento principalmente porque suas
instalações são precárias. Decepcionam,
pela falta de acessibilidade, muitas escadarias, e os elevadores , os que não estavam quebrados estavam desativados. De todo modo existem muitas coisas para se ver e fazer. Por exemplo , o amante das artes pode apreciar o Centro Artístico e o Museu da Tropa de Montanha , também a Sala Lesdiguières que , dependo do momento, pode estar apresentando concertos ou mesmo mostras de arte contemporânea. E ainda neste segmento existe a Sala Casamata Dutriévoz, em madeira ( por si só muito interessante), também usada para casamentos, concertos e outras festividades.
Já para os seguidores dos esportes radicais e ou pessoas em boa forma física há opções mais emocionantes que vão desde a visita às casamatas, às galerias e áreas de trabalho do exército na defesa da cidade, assim como o passeio à mata do lado ocidental e com um pouco de sorte apreciar sua fauna. Este percurso culmina no Jardim dos Delfins. Perscrutando os muitos desníveis do terreno montanhoso é possível ainda, seguindo pela parte de trás da Bastille , descer até as Grutas Mandarim. O mais radical é a escalada pelos paredões rochosos (para desportistas equipados e preparados) ou lançar-se de tirolesa. numa extensão de 300 metros. Se tiver fôlego não use o teleférico para retornar vá a pé e encare os pelo menos 380 degraus até o coração do bairro Saint Laurent. UFA! Se ainda tiver ânimo, no sopé existe o Museu Dauphinois, aberto à visitação e instalado no belo prédio do Convento Sainte-Marie-d'en Bas do século XVII.
Fundado em 1906, o Museu trata da história, da etnografia e arqueologia da Província. No convento pode ser visitada a sua Capela, com uma bela decoração barroca. Como vêem há atividades para todos os gostos .
Fort Bastille |
O TELEFÉRICO - UMA ATRAÇÃO À PARTE
Ainda sobre a Bastille alertamos ao visitante, que os
banheiros estavam imundos, sem sabão, papel higiênico ou qualquer outra
facilidade.Então coloque produtos de higiene nas bolsas. Para nós o mais interessante foi mesmo a vista da cidade e o próprio
passeio no teleférico vermelho, envidraçado e redondo. É dos mais antigos funiculares do mundo, ficando atrás, apenas, do bondinho do Pão de Açúcar no Rio de Janeiro e do teleférico da Table Mountain, na Cidade do Cabo. Foi inaugurado em 1934. A
lotação de cada cabine é para seis pessoas, mas como não haviam muitos turistas
fomos sozinhos na nossa. Ele se eleva sobre o Rio Isére, até alcançar a fortificação: www.bastille-grenoble.fr
teleférico e engrenagens |
Este ponto é situado no Centro histórico e portanto tudo pode ser feito a pé. Muna-se de um bom mapa e vá seguindo cada item de interesse, nele indicado. Logo ali à beira-rio, vizinho à Gare do Teleférico, está situado o imponente prédio do Parlement du Dauphiné, antigo Palácio do Parlamento. Diante dele no sentido interior do bairro , a Igreja de Saint-André ou Collegiale de Saint-André, , na praça do mesmo nome. Foi fundada em 1228 como a capela dos Delphins.
Escura e sóbria possui uma bela porta que está condenada e possivelmente vai ser retirada. Não sei se será possível a restauração.
Na frente da igreja situa-se o Teatro Municipal e um largo entre casas antigas. Uma belezura.
Também nas imediações localiza-se o Museu de Grenoble , fundado em 1798 e expõe artes da antiguidade, modernas e também contemporâneas. O endereço é Place Lavallete -5, e é servido pelo Tramway B.
Na praça Central acabamos pegando o trenzinho que faz um roteiro por parques, jardins,
monumentos históricos, como a Biblioteca
Bibliothéque et Musée |
e a Prefeitura.
Prefecture |
No trenzinho as explicações sobre
monumentos, estátuas, prédios públicos e jardins eram somente em francês.
Voltando ao coração pulsante da cidade descemos na parada final, Place Grenette.
Começo do final de semana, animação dobrada. Os restaurantes lotados, com mesas nas
calçadas, música e shows na praça, danças folclóricas em bastante interação com
o público. Também houve uma manifestação contra-qualquer-coisa e havia avisos sobre a sua interferência
no trânsito do Tramway. Almoçamos naquele ambiente descontraído.
Place Grenette |
Bem, agora seria o momento de caminhar mais um pouco. Estávamos diante do Fnac e das Galerias Lafayette. Os preços estavam ótimos. Irresistíveis, principalmente para bolsas e sapatos. Encontrei uma brasileira com a filha e toca a falarmos francês. De repente ela me perguntou: de que país a senhora é? kkkk .....foi uma festa. A vendedora veio nos perguntar que língua estávamos falando...
O atendimento foi excelente. Eles ainda nos pediram desculpas pelo excesso de pessoas e indagaram se tudo tinha saído a nosso contento.
Retornando ao passeio tradicional, pacotes na mão, atravessamos a rua para visitar a igreja sede da Paróquia.
Voltada para o intenso movimento da praça a Igreja de St Louis, fica na Rue de Sault, 1. É sóbria, escura mas cheia de história. Sua construção data de 1699. No frontão um "olho de boi", contém o relógio e um vitral. No seu interior destaca-se o grande órgãos do século XVII, a imagem da Virgem Maria em mármore branco e do patrono Santo André. Os vitrais , mais recentes, ( 1925) foi um trabalho realizado pelo mestre vidreiro, natural de Grenoble, Louis Balmet.
As ruas estavam fervilhando, de moradores e visitantes, que aproveitam o sábado para as compras semanais. Estes ambientes cosmopolitas me encantam e faço questão de compartilhar.
Deixei para o final o imperdível Mercado Municipal LES HALLES SAINT CLAIRE - situado na praça Sainte-Claire, no Bairro Saint-André. A visita não foi exatamente nesta ordem do relato, mas não ficamos para almoçar lá por exemplo, por causa da lotação de final de semana. É o dia que mais concentra consumidores ou simplesmente degustadores e apreciadores. No sábado o mercado fecha as 7 da noite, nos demais dias úteis à 1 da tarde. Antes de visualizar as cores e sabores que fazem a delícia de quem visita este templo da gastronomia francesa, atenha-se a sua linha arquitetônica. Construído por Eiffel no ano de 1874, é feito em vidro e ferro e é bem característico das obras do grande arquiteto, sendo que esta obra enriquece o centro velho da cidade.
No seu interior deleite-se com tudo o que faz a boa mesa. Carnes, aves e seus subprodutos , peixes, frios em geral, embutidos, queijos refinados, provenientes da região alpina, especiarias finas e muito mais. Os pães também atraem. Desde a baguette até os mais diferentes e sofisticados produtos do panifício e da confeitaria, e cuja visão aguça o paladar. Bistrôs, cafés, rotisserias, floristas, vinhos e um sem número de outras maravilhas da culinária francesa, disputam lado a lado a preferência do consumidor. É um local que realmente vale a pena visitar, para depois poder dizer: estive na França e penetrei nos seus segredos, do estômago ao coração.
Marché Les Halles Sainte-Claire |
No seu interior deleite-se com tudo o que faz a boa mesa. Carnes, aves e seus subprodutos , peixes, frios em geral, embutidos, queijos refinados, provenientes da região alpina, especiarias finas e muito mais. Os pães também atraem. Desde a baguette até os mais diferentes e sofisticados produtos do panifício e da confeitaria, e cuja visão aguça o paladar. Bistrôs, cafés, rotisserias, floristas, vinhos e um sem número de outras maravilhas da culinária francesa, disputam lado a lado a preferência do consumidor. É um local que realmente vale a pena visitar, para depois poder dizer: estive na França e penetrei nos seus segredos, do estômago ao coração.
Ao anoitecer deixamos a cidade e retornamos a Annecy de Trem, novamente pegando o Tramway, no centro.
A título de curiosidade: percebemos na cidade a existência de uma comunidade árabe bem vigorosa, sendo
proprietários de bares, restaurantes e mercadinhos. Muitos africanos também,
apesar desta região não ser vizinha ao Mediterrâneo.
Minha amiga residente na charmosa
Chambery faz muitas atividades em Grenoble porque oferece opções, como
academia, tratamento de saúde etcc.. è um conhecido centro universitário e de
pesquisas.
Bem, com estas informações me despeço para reencontrá-los em Chamonix. Não perca por nada deste mundo o encontro, nem que seja só para apreciar as fotos. É um lugar de sonhos! Au revoir.
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