terça-feira, 20 de outubro de 2015

GRENOBLE


GRENOBLE – 23 DE MAIO DE 2015

Grenoble - Rio Isére
 

Saimos no trem das 8,39 para Grenoble. O dia não era dos mais ensolarados. Lá chegando pegamos o  Tramway para o centro histórico da cidade. Descemos depois de três paradas (Victor Hugo) e seguimos caminhamos até a avenida beira-rio,  rumo a estação do teleférico, através do velhos casarões. Subimos ao Fort Bastille, de onde pode  ser descortinada uma bela vista da cidade e das montanhas alpinas que a circundam. Se o tempo for favorável é possível visualizar  até o lendário Mont Blanc, mas como tinha uma névoa  a observação ficou um pouco prejudicada. Placas no mirante, indicavam a posição de cada montanha, isto facilitou um pouco a localização .
 
Fort Bastille
 

 O Fort Bastille  é o principal ponto turístico da cidade. O acesso  comum mesmo é pelo teleférico.

o gracioso teleférico  em forma de ovo

As ruínas podem ser visitadas, mas não achamos conveniente o seu desbravamento  principalmente porque suas instalações  são precárias. Decepcionam, pela falta de acessibilidade, muitas escadarias,  e os elevadores , os que não estavam quebrados estavam desativados. De todo modo existem muitas coisas para se ver e fazer. Por exemplo , o amante das artes pode  apreciar o  Centro Artístico e o Museu da Tropa de Montanha , também    a Sala Lesdiguières que , dependo do momento,  pode estar apresentando concertos ou mesmo  mostras de arte contemporânea. E ainda neste segmento existe  a Sala Casamata Dutriévoz, em madeira ( por si só muito interessante),  também usada para casamentos, concertos e outras festividades.
Já para os seguidores dos esportes radicais e ou pessoas  em boa  forma física há opções mais emocionantes que vão  desde a visita às  casamatas, às galerias e áreas de trabalho do exército na defesa da cidade, assim como  o passeio  à mata do lado ocidental e com um pouco de sorte apreciar  sua fauna. Este percurso  culmina no Jardim dos Delfins.  Perscrutando os muitos desníveis do terreno montanhoso é possível  ainda,  seguindo pela parte de trás da Bastille , descer  até as Grutas Mandarim. O mais radical é a  escalada  pelos paredões rochosos (para desportistas equipados e  preparados) ou lançar-se de tirolesa. numa extensão de 300 metros. Se tiver fôlego não use o teleférico para retornar vá a pé e  encare os  pelo menos 380 degraus até o  coração do bairro Saint Laurent. UFA! Se ainda tiver ânimo, no sopé existe o Museu Dauphinois, aberto à visitação e  instalado no belo prédio do Convento Sainte-Marie-d'en Bas do século XVII.

Musée Dauphinois
Fundado em 1906, o Museu trata da história, da etnografia e arqueologia da Província. No convento pode ser visitada a sua Capela, com uma bela decoração barroca. Como vêem há  atividades para todos os gostos .

Fort Bastille

O TELEFÉRICO - UMA ATRAÇÃO À PARTE
Ainda sobre a Bastille alertamos ao visitante, que os banheiros estavam imundos, sem sabão, papel higiênico ou qualquer outra facilidade.Então coloque produtos de higiene nas bolsas. Para nós o  mais  interessante foi mesmo a vista da cidade e o próprio passeio  no  teleférico  vermelho, envidraçado e redondo. É dos mais antigos funiculares do mundo, ficando  atrás, apenas, do bondinho do Pão de Açúcar no  Rio de Janeiro e do teleférico  da Table Mountain, na Cidade do Cabo.  Foi inaugurado em 1934.  A lotação de cada cabine é para seis pessoas, mas como não haviam muitos turistas fomos sozinhos na nossa. Ele se eleva sobre o Rio Isére, até alcançar a fortificação: www.bastille-grenoble.fr
 
teleférico e engrenagens
 
 Este ponto é situado no Centro histórico e portanto tudo pode ser feito a pé. Muna-se de um bom mapa e vá seguindo cada item de interesse, nele indicado. Logo ali à beira-rio, vizinho à Gare do Teleférico,  está situado o imponente prédio do  Parlement du Dauphiné, antigo Palácio do Parlamento. Diante  dele no sentido interior do bairro , a Igreja de Saint-André ou Collegiale de Saint-André, , na praça do mesmo nome.  Foi fundada em 1228 como a capela dos  Delphins.

Collegiale de Saint-André


Eglise de Saint-André
Escura e sóbria possui uma bela porta que está condenada e possivelmente vai ser retirada. Não sei se será possível a restauração.

Eglise de Saint-André com porta condenada

 Na frente da igreja situa-se o Teatro Municipal e um largo entre casas antigas. Uma belezura.

 
 Também nas imediações  localiza-se o  Museu de Grenoble , fundado em 1798  e expõe artes da antiguidade, modernas e também contemporâneas. O endereço é Place Lavallete -5, e é servido pelo Tramway B.
Na praça Central acabamos pegando o trenzinho que faz um roteiro por parques, jardins,



monumentos históricos, como a Biblioteca 

Bibliothéque et Musée



 e  a Prefeitura. 

Prefecture

No trenzinho as explicações sobre monumentos, estátuas, prédios públicos e jardins eram somente em francês. Voltando ao coração pulsante da cidade descemos na  parada final, Place Grenette.
 
Place Grenette
 
Começo do final de semana,  animação dobrada. Os restaurantes lotados, com mesas nas calçadas, música e shows na praça, danças folclóricas em bastante interação com o público. Também houve uma manifestação  contra-qualquer-coisa e havia avisos sobre a sua interferência no trânsito do  Tramway. Almoçamos naquele ambiente descontraído.

Place Grenette
 
 
 

Bem, agora seria o momento de caminhar mais um pouco. Estávamos diante do Fnac e das Galerias Lafayette. Os preços estavam ótimos. Irresistíveis, principalmente para bolsas e sapatos. Encontrei uma brasileira com a filha e toca a falarmos francês. De repente ela me perguntou: de que país a senhora é? kkkk .....foi uma festa. A vendedora veio nos perguntar que língua estávamos falando...
O atendimento foi excelente. Eles ainda nos pediram desculpas pelo excesso de pessoas e indagaram se tudo tinha saído a nosso contento.
Retornando ao passeio tradicional,  pacotes na mão, atravessamos a rua para visitar a igreja sede da Paróquia.

Église de St Louis

Voltada para o intenso movimento da praça a Igreja de St Louis, fica na Rue de Sault, 1. É sóbria, escura mas cheia de história. Sua construção data de 1699.  No frontão um "olho de boi", contém  o relógio e um vitral.  No seu interior destaca-se o grande órgãos do século XVII, a imagem da Virgem Maria em mármore branco e do patrono Santo André. Os vitrais , mais recentes, ( 1925) foi um trabalho  realizado pelo  mestre vidreiro, natural de Grenoble, Louis Balmet.
As ruas estavam fervilhando, de moradores e visitantes, que aproveitam o sábado para as compras semanais. Estes ambientes cosmopolitas me encantam e faço questão de compartilhar.

 
 
Deixei para o final o imperdível  Mercado Municipal LES HALLES SAINT CLAIRE - situado na praça Sainte-Claire, no Bairro Saint-André. A visita não foi exatamente nesta ordem do relato, mas não ficamos para almoçar lá por exemplo, por causa da lotação de final de semana. É o dia que mais concentra consumidores ou simplesmente degustadores e apreciadores. No sábado o mercado fecha as 7 da noite, nos demais dias úteis à 1 da tarde. Antes de visualizar as cores e sabores que fazem a delícia de quem visita este templo da gastronomia francesa, atenha-se a sua linha arquitetônica. Construído por Eiffel no ano de 1874, é feito  em vidro e ferro e é bem característico das obras do grande arquiteto, sendo que esta  obra enriquece o centro velho da cidade.  
Marché Les Halles Sainte-Claire

No seu interior deleite-se com tudo o  que faz a boa mesa. Carnes, aves e seus subprodutos , peixes, frios em geral, embutidos, queijos refinados, provenientes da região alpina, especiarias finas e muito mais.  Os pães também atraem. Desde a baguette até os mais diferentes e sofisticados produtos do panifício e da confeitaria, e cuja visão aguça o paladar. Bistrôs, cafés, rotisserias, floristas, vinhos e um sem número de outras maravilhas da culinária francesa, disputam lado a lado a preferência do consumidor. É um local que realmente vale a pena visitar, para depois poder dizer: estive na França  e penetrei nos seus segredos, do estômago ao coração.
Ao anoitecer deixamos a cidade e retornamos a Annecy de Trem, novamente pegando o  Tramway, no centro.
A título de curiosidade: percebemos na cidade a existência de uma comunidade árabe bem vigorosa, sendo proprietários de bares, restaurantes e mercadinhos. Muitos africanos também, apesar desta região não ser vizinha ao Mediterrâneo.
Minha amiga residente na charmosa Chambery faz muitas atividades em Grenoble porque oferece opções, como academia, tratamento de saúde etcc.. è um conhecido centro universitário e de pesquisas.
Bem, com estas informações me despeço para reencontrá-los em Chamonix. Não perca por nada deste mundo o encontro, nem que seja só para apreciar as fotos. É um lugar de sonhos! Au revoir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...