quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

VIAJANDO PARA GLASGOW - ESCÓCIA

Desta vez escolhemos o Aeroporto de Gatwick para a saída de Londres. Eu tinha muita curiosidade em conhecê-lo, mas sempre achava longe. De fato fica fora da cidade e o meio mais convencional para alcança-lo é o trem. Saída da Victoria Station.

 
Siga rigorosamente esta orientação, senão você pode ter dores de cabeça. Saímos domingo do hotel e levamos apenas uma mala de avião. A outro deixamos no maleiro do hotel, pois voltaríamos por Londres. Para fazer este acordo é preciso negociar, pois nem todos os atendentes de plantão querem fazer este favor. Se nós não tivessemos conversado quando chegamos teriamos que levar a mala para o maleiro do aeroporto, pois a recepcionista que fez o check out disse que não era praxe  guardar as malas dos viajantes. Argumentamos que o atendente que nos recebeu havia consentido previamente  e aí ela concordou também. Como saímos no domingo e estávamos situados num ponto estratégico, pegamos o metrô. Mas havíamos esquecido que várias estações ficam fechadas e tivemos que fazer várias baldeações. São poucas estações de cada vez, mas tem corredores para pegar na mudança de linha, escadarias para subir Enfim faça tudo com tempo para não atrasar e perder o trem, e por consequência o vôo. A Circle e a District Line são as estações que costumam fechar. Fomos até o Green Park pela linha Picadilly e depois tomamos o metrô na linha Victoria. Uma estação apenas, mas pode complicar a vida, como já falei.Com hora marcada de vôo, melhor não arriscar com atrasos  desnecessários.
Chegando na Victória não achamos indicação para pegar o o expresso para Gatwick. Depois de andar um pouco e pedir muitas informações fomos encaminhados para o PORTÃO 13. (siga para o portão e NÃO para o guichê 13). Foi aí que nos confundimos , pois dentro da estação existe um guichê 13.
No Portão 13  se vende os tickets e é também de onde sai o trem.Os expressos saem a cada 15 minutos e levam cerca de meia hora para chegar ao destino. No aeroporto tudo é fácil. Lembram da pontualidade inglesa?...pois é ...o avião atrasou mais de 1 hora. A segurança estava bem reforçada, guardas de metralhadoras..tudo por causa da violência  no Middle East e ameaças constantes. Não dá pra vacilar.
O vôo foi tranquilo, uma vista bonita, o aeroporto de destino pequeno , mas bem sinalizado. Tomamos o ônibus 500  - First 500 Glasgow Shuttle , que pára nos  principais locais do centro da cidade ( fazendo ponto final na Buchan's Street. O ônibus passa pelas duas estações de trem , A Glasgow Central Train Station  e a Glasgow Queen Street Train Station. Paga-se o ticket diretamente ao motorista, valor de  6 libras. O ônibus nos deixou na esquina do nosso surpreendente e velho conhecido Hotel. Lembram-se da viagem a Inverness? Pois é, o hotel fica no conjunto da estação de trem, a Glasgow Train Station. Lindo prédio, datado de 1883,  parece um castelo.

 
 O Estilo é Queen Anne e a obra assinada pelo Arquiteto Robert Roward Anderson. É elegante e luxuoso e de acordo com informações de guias e da leitura da história do próprio hotel, ali se hospedaram JFK, Winston Churchill, Frank Sinatra e Roy Rogers, dentre soberanos e políticos: www.thegrandcentralhotel.co.uk Uau! Nem tinha idéia disto, quem escolheu para nós foi o agente de turismo Leonardo Biosca (leonardobiosca@uol.com) , atualmente com uma franquia da Hello Austrália, no Rio de Janeiro.  Realmente o hotel  é bem confortável, pessoal extremamente gentil, excelente restaurante. Faz toda a diferença numa viagem tal aconchego.
Depois da acomodação, ainda dia claro, fomos visitar a cidade, caminhando ali nas ruas centrais.

Por ser verão, via-se muitas pessoas tomando cerveja , ou quem sabe whisky em mesas nas calçadas e aproveitando os últimos raios de sol da estação.

 Seguimos por todo o centro histórico, pois tudo era perto. Chegamos até a  George Square , onde está a Câmara dos Deputados - City Chambers, um belo prédio de 1888.

Visitamos também uma igreja Anglicana e tivemos uma longa conversa com o Clérigo que nos achou muito bem vestidos, referindo-se a maneira discreta da nossa roupa. Amo a Igreja Anglicana, como eles são gentis, afetuosos e receptivos. Não foi esta a primeira vez que tivemos uma acolhida tão calorosa. Leia peripécias em York/UK, neste blog.

 Também fomos ver de perto a famosa e prestigiada The Glasgow Royal Concert Hall, situado na Buchanan Street. Ponto de referência para quem gosta dos espetáculos de musica erudita e folclórica. Mas não assistimos a nenhuma apresentação.
The Glasgow Royal Concert Hall

 
 
Como todo o domingo acaba monótono e estava esfriando resolvemos jantar no restaurante do hotel, cuja comida foi fantástica, considerando que já estávamos com certa fome. Para você que não tem muita intimidade com as comidas do local eu recomendaria, como entrada uma Lentil Soupe ( sopa de lentilhas) para esquentar o coração, e como prato principal o pork belly ( é uma tenra carne de porco, assada),  acompanhado de purê de batata com ervas, vários molhos inclusive o chutney ( que eu gosto muito). Todos servidos separadamente. O vinho foi um espanhol ( Rioja crianza tempranillo). Como sobremesa depois de um farto jantar só um sorvete de baunilha com gotas de chocolate e morangos frescos. Depois desta extravagância ainda encerramos com um expresso (Toninho) e eu com um licor.
O café da manhã é bem farto. Tem o tradicional breakfast inglês, cheio de frituras ( ovos , bacons. salsichas e linguiças etc..) mas tem  também o " healthy" : granolas , iogurtes, frutas, pães variados, doces, queijos e frios. Os pães doces do Reino Unido são maravilhosos. Alguns de massa folhada com passas ou geléias, outros tipo brioche. Pode comer até se fartar, se puder. Estas informações são importantes para quem pensa que vai encontrar comida ruim no Reino Unido.
Segunda de sol, ideal para um tour pela cidade , que é grande, mas não tanto quanto um paulistano pode imaginar. Só que é espalhada, possui parques, belas ruas residenciais e de comercio. Prédios históricos de beleza impar, igrejas e lojas nos calçadões. A rua mais central e de lojas elegantes é a Buchanan.  A maioria das boas lojas londrinas mantém filiais  ali , como a House of Fraser ( com grifes de alto luxo - Hermes, Dior, Chanel), a  Bromel and Russel , de sapatos, a L. Benet dentre outras mais populares como a Monsoon, Accessorize, BH e HM. Um dos produtos que se busca na Escócia é a cashmere, mas não há variedades, ou eu pelo menos não as achei facilmente. Parece que falta criatividade, tudo muito igual. Fizemos um recorrido pela cidade nos ônibus Hop on Hop off. Não descemos em lugar nenhum, para termos uma noção de tudo o que ver. Estávamos munidos de folders e mapas também. O lado mais agitado da cidade, além do City Centre é o West End. Onde estão museus, a Universidade e muitos Pubs cheios de história, muito antigos.
Nos dias seguintes fomos fazendo as visitas ao nosso gosto, começando pela bela Catedral de St Mungo ou Kentigern , o padroeiro da cidade, que se localiza na Castle St,   zona central da cidade a mais ou menos 10 minutos de carro. Trata-se de uma igreja medieval erguida entre o 13 º e o 15º século, no mesmo local onde se pensa que o santo houvesse sido enterrado em 612 DC. Na cripta há o seu túmulo em pedra, bem  rústico.

 

 
 
 

 
O teto é de madeira . O órgão é monumental. Pé direito alto, 
Nas imediações existe o cemitério (The  Necropolis) com túmulos históricos, tanto pelo fato de pessoas importantes estarem ali enterradas, como pelos monumentos erigidos por arquitetos famosos como Mackintosh. Fala-se que é a única representação vitoriana de Glasgow e retrata a riqueza da época.
 
Outro ponto de visitação , para se passar boa parte da tarde é o JARDIM BOTÂNICO , Botanical Garden. Vale a pena se refestelar ao sol, em meio a flores, muito verde e até macieiras repletas do fruto. Na estufa tropical passamos bastante calor junto a vegetação típica das nossas matas brasileiras.


 
 

 
O trajeto do ônibus Hop on Hop off é ideal para ser acompanhado porque passa em todos os pontos de interesse, como museus, ruas de lojas, além de se  ter uma certa orientação sobre prédios históricos ( inclusive os velhos pubs datados de 1400, 1700, etc)
Na viagem anterior à Escócia o que nos chamou a atenção foram as histórias macabras e uma certa atração pela morte. Na época da chamada santa inquisição, que de santa não tinha nada, matou-se muitas bruxas ( coitadas). Era só um vizinho não gostar e denunciar que a pessoa passava por um verdadeiro calvário. Aqui não foi diferente. A maior atração eram os enforcamentos em praças públicas. No último, em que um comerciante matou a esposa e a sogra, compareceram 80.000 pessoas. Parece que não têm o que fazer.... tantos teatros, boa música, shows variados ... mas são guiados pela  famosa atração fatal. Tudo isto nos foi mostrado ao longo do giro pela cidade. Os cárceres e as praças de execução estavam no roteiro turístico..bah!
No fim da tarde uma parada num dos animados barzinhos com mesas nas calçadas e depois o aconchego do hotel porque a noite esfria bem. Nos dias subsequentes seguimos para a casa de Macintosh, que fica dentro do famoso e belo complexo de prédios  da Universidade.( A casa não abre à visitação as segundas), Na verdade não se trata da original, que foi demolida. Essa casa foi uma réplica da que McIntosch vivia com sua esposa. É  uma concepção  mais moderna das casas inglesas. As luminárias perdem aqueles rococós dos palácios e casas clássicas e passam a ter uma forma mais arrojada. Os armários são embutidos , o que foi uma inovação para a época.  A sala de jantar é de paredes de um grafite escuro. A mesa é baixa, rústica  de madeira natural, rodeada por cadeiras negras. Tem uma certa e reconhecida influência oriental no design. Os quartos e escritório/sala de estudos fica na parte superior, que se alcança por escadas de madeira. Lá encima é tudo muito claro, com amplas janelas voltadas para os parques do entorno. A forração do chão é outra inovação para a época: o carpet. É realmente uma casa de transição entre o luxo clássico inglês e os novos tempos , em que a praticidade e um certo ar clean passaram a entrar no gosto das pessoas.
Esta casa , faz parte do Hunterian Museum. O Hunterian Museum num dos seus prédios concentra  as coleções romanas e escocesas do mescenas e cientista Willian Hunter, que igualmente  financiou as obras do prédio . O Hunterian  compõe-se ainda de museu de geologia, etnografia, egito antigo, instrumentos científicos , moedas e medalhas. Vale a pena um dia no local para ver todas as sua belezas e aprender mais e mais sobre as matérias ali abordadas.

UNIVERSIDADE DE GLAGOW

 
A Universidade merece uma cuidadosa visita. Pelo que já foi falado e também  pela beleza estonteante do prédio como toda a riquesa histórica e cultural que encerra. Fundada em 1451 é uma das Instituições de maior respeito no Reino Unido e também tem o reconhecimento mundial entre as melhores Universidades. Pensadores eminentes como o cientista Lord Kelvin e o pai da economia Adam Smith dão o quilate dessa casa de saber. 
O Campi situado em Glasgow chama-se Gilmorehill. Existem mais dois campi que situam-se fora da cidade. 
O campus Gilmorehill está localizado na região oeste de Glasgow, cerca de dois quilômetros do centro da cidade.Este Campus alia o que há de mais moderno em matéria de instalações  aos prédios  históricos. É de encantar, caminhar entre os arcos e visitar os pátios internos.

  • Entre onde for possível, claro que há áreas restritas, faça um lanche rápido e saudável na sua lanchonete variada de frutas e sanduíches naturais, iogurtes , e sucos, afunde-se na lojinha e procure peças interessantes e variadas que podem servir de souvenir ou mesmo como lembrança para algum amigo, ou simplesmente descanse à sombra num dos pátios internos. O que é um luxo, veja:

    Na badalada zona oeste, ainda existe um museu de encantar: o Kelvingrove Art Gallery and Museum, situada na Argyle Street, próximo ao Rio Kelvin.Dá para ir a pé da Universidade até lá. 


    Fomos surpreendidos por uma apresentação de órgão, logo na entrada do seu hall monumental.
    O museu em si possui coleções variadas de animais de todas as partes do mundo ( história natural), empalhados claro! Há uma ala com  dinossauros, além de  riquezas de outras culturas, como sarcófagos e múmias do Egito. Armas e armaduras também constam da coleção e exibição. A pintura mais famosa é de Salvador Dali "Christ of St John of the cross".  Há muito o que explorar neste museu, que ainda conta com restaurante, café e loja de souvenir. Em 2015 estará aberto de janeiro a dezembro das 10 horas às 17 horas. Exceto de 24 de julho a 02 de agosto que estará aberto das 10 às 20 horas. 
    THE LIGHTHOUSE
    Como podem ver, já deixei as descrições dia a dia de lado e passei para os pontos de atração na cidade. É uma questão de organização e tempo , uma vez que estou atrasada com as postagens. Preciso me apressar antes da próxima viagem.
    Bem, a Lighthouse é o centro de arquitetura e design da Escócia. O prédio data de 1895 e foi assinado pelo arquiteto John Keppie. Ele possui duas torres, a norte e a sul que servem de mirante. Uma ligada do terceiro andar ao topo do prédio, na  ala norte,  por uma belíssima escadaria em caracol. A outra, no sexto andar tem acesso por elevador. A visita une o útil ao agradável. Linda vista da cidade e o prédio histórico e belo também.
    O CENTRO MERCANTIL DA CIDADE VELHA

    Um passeio muito interessante é pelo  centro velho da cidade.  Glasgow foi um grande polo mercantil e forneceu tabaco para as colônias inglesas. Os antigos mercados e torres, valem uma visita detalhada e cuidadosa. Este centro cresceu em torno da Victoria Bridge, datada do século XIII, na margem norte do Rio Clyde.

     

     Próximo do centro antigo, está o Rio Clyde, totalmente regenerado. Ali se praticam esportes aquáticos e o entorno surgiu como uma área de prédios modernos. Inclusive  se encontra a sede da BBC - Escócia. Às margens do Rio, no passado existiam muitos estaleiros e a construção de barcos  era uma atividade forte na economia local, o que foi decrescendo depois da 2a. guerra. Então, além da apreciar um rio extremamente limpo, com patos e aves aquáticas a região deu nova feição à Glasgow de prédios medievais. Um belo contraste. Esta região revigorada contém hotéis de cadeias internacionais, há o simpático Museu Riverside,com coleções de veículos ( interativo)  assim como o Glasgow Science Centre com IMAX e planetário e um torre giratória de 127 m de altura.
     
 
 
  • PUBS E RESTAURANTES
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  • Há restaurantes por toda a cidade, claro e bem fáceis de identificar. Contudo bom dar algumas dicas, porque fomos almoçar num grego que fica na George Square, cuja comida era sofrível. O nosso hotel tem um bom restaurante , como já falei ( Grand Central Hotel).
 O considerado melhor de Glasgow, o UBITIQUOS CHIP ( , de cozinha regional, é um restaurante premiado),  não é caro. Uma refeição com primeiro e segundo pratos sai por volta de 30 Euros. Há ainda o Café Gandolf, na 64, Albion Street.
Dos Pubs mais conhecidos está o Scotia Bar, datado de 1792, The Squire House  de 1487 no West End, o Babbity Bowster, na 16 - 18 Blackfriars Street na Merchant City.
Bem, amigos, era isto que queria contar pra vocês sobre a bela Glasgow e acender a vontade de conhece-la. Há muito mais que ver.  Amanhã viajo de novo e teremos mais coisas para contar , embora ainda mal tenha começado a contar este tour pela Europa, que se estendeu até a Polônia. Uma prazerosa viagem, diga-se. Mas vou contando, na medida do possível. Até...
 
 
 








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