terça-feira, 3 de maio de 2016

Cracóvia - Polônia

CRACÓVIA - POLÔNIA


      SOU FILHO DE UMA NAÇÃO QUE VIVEU AS MAIORES EXPERIÊNCIAS DA HISTÓRIA; PELOS SEUS VIZINHOS CONDENADA À MORTE REPETIDAMENTE, MAS QUE SOBREVIVEU E CONTINUA A SER ELA PRÓPRIA. CONSERVOU SUA IDENTIDADE APOIANDO-SE UNICAMENTE NA SUA CULTURA...EXISTE UMA SOBERANIA FUNDAMENTAL DA SOCIEDADE QUE SE MANIFESTA NA CULTURA DA NAÇÃO." JOÃO PAULO II, em discurso pronunciado na Unesco em 02/06/80    




Dia carrancudo - viajando de Trem de Varsóvia para Cracóvia
É claro que nos deslocamos de trem entre Varsóvia e Cracóvia.Eu jamais escolheria outro meio de transporte tendo a possibilidade de usufruir das ferrovias européias. Então, sempre que posso ando nos meus amados e apreciados trens. Mas dentro daquele e naquele momento... confesso que entrei em um clima de melancolia quando soou o apito e o comboio começou a se deslocar da gare. O Silêncio da manhã fria e o chacoalhar ritmado  me transportou para o passado, um passado que não conheci mas que está ainda sensível  em cada pedra, quer seja em Berlim ou em Varsóvia. Era cedo, a cidade acordava devagar e logo surgiu o campo, com casinhas espalhadas aqui e acolá. Alguns cães ladravam e eu fui sentindo um aperto no coração imaginando as pessoas sendo levadas como fardos para os campos de concentração, com frio e com fome, com dor e com sede, entregues à sanha de monstros sádicos e desumanos.  O trem estava quase vazio. Embalada por estes tristes pensamentos, 2,30 horas  depois nós chegávamos à Estação de Cracóvia.


http://rozklad-pkp.pl/en/terminal/krakow-glowny
Próxima das muralhas, seguimos o rumos dos demais passageiros pelo  Planty, um parque que contorna o centro histórico,  arborizado e colorido de flores, tendo como contraforte o enorme prédio do Teatro Julianska Slowackiego. Lindo, internamente e a fachada. Na lateral parece pesado, mas nas proximidades os detalhes artísticos lhe conferem mais leveza.





 No Parque Planty , Teatro Juliusza Slowackiego

A cidade não é pequena, há largas avenidas na cidade nova que cresceu para fora dos contrafortes da muralha. Nosso destino era intramuros. Daí caminhamos em direção aos portões da Cidade Medieval. Da praça da Estação, cruzando por uma passagem subterrânea logo fica visível os muros exteriores outrora uma muralha de proteçao da cidade. Neste underground  existe comércio e informações turísticas. O dia estava especialmente frio, o tempo estava fechado e caia uma garoa fininha. Mas turista quer turistar e nem liga para os humores do tempo. Contornando pelo belo parque Planty chegamos primeiro no posto avançado da Fortaleza, que eles denominam Barbican. Fica rodeado de um fosso e hoje serve a eventos e comemorações

o Barbican - Posto avançado,que era ligado à muralha hoje serve como Praça de Eventos. É dos poucos originais remanescentes na Europa. 
Logo atrás está o Portão Florian,entrada monumental, das poucos remanescentes na Europa.  As paredes da fortaleza são impressionantes,  grossas e sobrepostas. Obras de arte ao longo do caminho e músicos em trajes típicos davam o tom para a chegada.


Lado interno da Fortaleza, Portão Florian
CENTRO HISTÓRICO - RYNEK GROWNY  E RUAS ADJACENTES

Neste ponto  começa a rua Florianska que liga os muros à Praça do Mercado, ponto de convergência dos turistas.





Caminhando pela Florianska
O centro de tudo é uma imensa praça medieval, com fama de ser a maior da Europa, no gênero. Nos tempos passados no local eram feitos os juramentos sob espada dos soberanos elevados ao trono, mas também eram feitas execuções públicas de condenados. Hoje,  a  Praça do Mercado tem muitas atrações nela mesma, bem mais adaptadas aos novos tempos onde se realizam  eventos públicos, competição de Presépios de Natal, Mercado de Natal e de Páscoa, concertos e festas cívicas, tudo cercado de casario histórico do século XVI, museus e igrejas.
O que primeiro me chamou a atenção e me encantou foi a feira, onde se expõem e vendem coroas florais lindas. Eu comprei duas para colocar na porta de casa, pensando  no Natal, mas elas podem ser usadas o ano todo. Feitas com flores secas elas dão um charme especial ao ambiente. As minhas ainda estão perfeitas. Guardo com carinho e já estou me interessando em aprender como se faz. É um artesanato que me interessa. Imaginem como não serão os enfeites de Natal e Páscoa!?!!!
Como curiosidade: esta Praça já teve o nome de Adolf Hitler durante a ocupação nazista.


uma lindeza estes adornos, vendidos na Praça 
Afora estas tentações,  tínhamos à nossa esquerda  a Basília da Virgem Maria. Trata-se de um prédio interessante, em tijolos à vista, com duas torres  assimétricas e o adro em mármore e adornos em ferro fundido. Há lendas que explicam a diferença de tamanho das torres.


Basílica de Santa Maria - Kosciol Mariacki
www.mariacki.com/
 A Basílica é belíssima no seu interior, vitrais coloridos e um céu estrelado dão um toque especial aos seus altares e capelas.




 O retábulo é dos mais belos existentes.



O retábulo da Basílica de Sta Maria
Do alto da torre, a intervalos regulares o "arauto" toca um clarim. É por pouco tempo, quando dá uma súbita parada cujo significado é relembrar  o assassinato de um vigia no alto da mesma torre quando a cidade foi invadida pelos Mongóis, O vigilante foi o único que viu os invasores e avisou aos quatro cantos, dando tempo de acordar as tropas que faziam a defesa da cidade. No entanto, teve seu ato heróico interrompido por uma flecha que lhe trespassou a garganta.Até hoje sua bravura é homenageada com este toque de hora em hora. É a preservação da história e da tradição, bastante apreciado pelos visitantes ( assim como o espetáculo similar na Torre do Relógio Astronômico de Praga). Preste atenção em volta da Basílica, pois ali foi antigamente um cemitério e ainda se encontram enterrados  os restos mortais de centenas de cidadãos de Cracóvia.



Rynek Gowny - a enorme Praça do Mercado ao fundo o Palácio Sukiennice
http://www.krakow4u.pl/krakow_sukiennice.html ou mnk.pl/branch/gallery-of-the-19th-century-polish-art-the-sukiennice-the-cloth-hall
O grande prédio ao centro da Rynek Growny chama-se PALÁCIO SUKIENNICE. ou mercado de panos (tecidos). É uma belíssima edificação que começou a ser erguida em 1257, no estilo renascentista. Depois foram agregadas arcadas ogivais néo-góticas, com balaustrada em pedra, máscaras e pinturas que dão elegância ao conjunto. Dizem ser o protótipo dos nossos shoppings atuais. No seu andar térreo funciona aquele que é considerado o mais antigo centro comercial do mundo. Dentre os produtos oferecidos à venda estão os cristais, pesadas roupas de inverno, jóias em âmbar ( que é um produto característico e abundante na região), bonecas em trajes típicos, matrioskas, esculturas, dragõezinhos etc. 

Produtos à venda no Sukiennice

Adquira souvenirs ali, principalmente se estiver garoando....É bem protegido. No andar superior encontra-se a Galeria de Arte Polonesa do Século XIX. No subterrâneo há um amplo espaço de 4000m2 onde está localizado um Museu Hi-Tech que conta a história da Cidade e também do Sukiennice. Diante do Mall está a imagem do famoso escritor Adam Mickiewicz ( lembram de Varsóvia?), cujo corpo foi enterrado na Catedral de Wawel..
Na sua lateral há carruagens para passeios turísticos, assim como no Central Park em New York.


Torre remanescente da Prefeitura - isolada ela tem uma ligeira inclinação
Ainda se pode visitar na Praça a TORRE DA PREFEITURA, com setenta metros de altura. única parte ainda existente do prédio em que abrigava a Administração Municipal e a Câmara. Depois de galgar as cansativas escadas você terá como prêmio uma bela visão da cidade. Seu interior tem o teto gótico abobadado e as salas são usadas para exposição. 



Vizinha à esta Torre inclinada está a milenar igreja de St Wojciecha ou Santo Adalberto.
As casas da Praça são autênticas. A guerra não as destruiu, pertenceu a nobres familias e hoje no seu térreo há lojas e restaurantes.




Deixando a Praça tomamos a Rua GRODSKA ( nas proximidades dessa igrejinha). Guarde bem este nome pois é a rua que você vai trilhar bastante. Tanto para ver as lojas conhecidas ( L'Óccitane, Max Mara.. além de outras desconhecidas que vendem produtos locais), como bons restaurantes, prédios antigos e charmosas e várias igrejas.

Este também é o caminho que leva ao PALÁCIO WAWEL. Passa-se por pelo menos três Igrejas.Dentre elas a mais impressionante pelas imagens dos apóstolos à sua frente á a Kosciol pw sw Apostolaw Piotra i Pawla ( APÓSTOLOS PEDRO E PAULO) .Igreja barroca do século XVII.

Igreja Apóstolos Pedro e Paulo - O monumento em primeiro plano de costas é o Pomnik Piotra Skargi
A pracinha de frente para a Igreja dos Apóstolos Pedro e Paulo chama-se Marii Madgdaleny e liga a GRODSKA com a Ulica (rua) KANONICZA, onde está sediada a Universidade João Paulo II e leva à entrada principal do Castelo. Mas continuemos andando  pela paralela GRODSKA. Logo ao lado,está uma igreja linda, bem antiga a SAINT ANDREWS, iluminada com poucas luzes de velas é um retrato da Idade Média, com aquele ar de mistério e sombras.Vale a pena entrar. o ambiente é mágico, solene, convida à meditação,

Igreja de St Andrews ao lado da dos Apóstolos Pedro e Paulo
No final da Rua há  ainda a Kosciol (Igreja) Idziego cuja frente dá na Switego Idziego, que é um largo cortado por  uma via movimentada. Em frente e à esquerda fica ainda a  bela Igreja de S. Bernardino. Logo acima  à direita já se vê o Castelo e a sua ruazinha de acesso lateral. Esta  ruela ostenta o estranho nome de  DROGA DO ZAMKU.( que quer dizer literalmente, Estrada para o Castelo).
No seu interior há uma cidadela, com vários prédios, dentre eles O Castelo propriamente, museus, a Catedral, lanchonete, lojas de souvenir e outros. Todos posicionados em volta de uma pátio gramado e ajardinado com belas flores e monumentos. A visão do alto da colina para a cidade é privilegiada: o rio , as praças, os telhados e cúpulas de antigas igrejas, além do alinhamento das ruas, parques e jardins e o casario antigo. Junto aos paredões corre plácido o  Rio Vístula .
Eis umas fotos do exterior e do  interior da cidadela que falam por si só.


O CASTELO DE WAWEL
www.wawel.krakow.pl





Droga do Zamku e entrada lateral do Castelo




Rio Vístula e parques do entorno
Em volta do Castelo há uma bela área verde,  o Parque Planty, do qual já falamos rapidamente. O local é ajardinada e contém  vários monumentos e fontes.Como em qualquer lugar desta antiga cidade pode-se encontrar também sítios históricos  dentro do seu cinturão verde de 4 km de extensão que se interpõe entre  a nova Cracóvia  e a  sua ancestral. É lugar de passeio para a população quando o sol brilha e o clima fica  mais ameno, mas também é caminho para se chegar às muralhas e ao topo da Colina de Wawel. 


Casa da Cidadela do Castelo
A CATEDRAL

Até os dias atuais o Complexo de Wawel surpreende com novas descobertas arqueológicas. A cada obra ou escavação surgem imagens e vestígios de construções que antecederam as atuais, a exemplo paredes de uma igreja pré-romanesca, pisos escadas de pedra que levavam a jardins renascentistas, fundações de muros de defesa, rotundas (estruturas circulares),  dentre outros.Tudo isto pode ser visto com a visita à Catedral.Mas as pesquisas não se deram só no subsolo da Catedral, mas também abaixo dos muros,sob o Castelo, no pátio , nas torres. Ainda na cripta de São Leonardo, muito venerado pelos poloneses foi encontrado a tumba do arcebispo Maurus. 
Dentro da Igreja, nas capelas e na cripta os vários túmulos de pessoas respeitadas dão o a dimensão da importância daquele  Panteão Nacional. Ali se encontram os restos do escritor Mickiewicz, do herói Tadeusz Kosciuszko, de Santo Estanislau ( Padroeiro da Polônia) , dos Reis Sigismundo I e II e outros monarcas e membros da família real ( em torno de 40). As capelas são ricamente adornadas, com pinturas e trabalhos artísticos. Os tetos são decorados com pinturas em cores vibrantes. Olhe muito os seus detalhes, mesmo que isto lhe custe um torcicolo.
E..se ainda tiver pique, pode subir as escadarias internas (uma intrincada construção de madeira, com barras enormes de sustentação), para ver o famoso SINO DE SEGISMUNDO, feito em 1520 que pesa 11 toneladas. Para ser acionado o badalo é preciso a ajuda de  8 a 12 homens. Talvez por isto ou para preservá-lo o sino só é tocado em ocasiões muito especiais. Para ouví-lo entre no site da igreja , porque pessoalmente as chances são pequenas. Apesar de alcançar longa distância ( fala-se em 50 km)  o seu som é ,muito agradável. 



entrada da Catedral de Wawel 
www.katedra-wawelska.pl

Vista da Catedral com suas torres e capelas
da esquerda para a dieita: Capela de Segismundo (cúpula dourada), Capela dos Waza, Torre dos Sinos de Prata ( de tijolinhos), Torre de Segismundo e Torre do Relógio (ambas ao fundo com a cúpula verde). 


O Museu, que funciona no prédio do Castelo foi  fundado em 1930, é dos melhores do País. Contém um importantes coleções de pinturas inclusive pinturas italianas renascentistas,impressos, esculturas, armaduras, cerâmicas. porcelanas, móveis franceses de época, jóias e uma impressionante coleção de tapetes do Rei Segismundo II Augusto. A Arte Oriental também é exibida e destaca-se uma coleção de tendas Otomanas, a maior da Europa.


O Castelo Real visto do Pátio Interno


O Castelo Real visto da Estrada e a Torre dos Senadores


Estátua equestre de Tadeusz Kosciusko  e a Torre de Segismundo ao fundo

O Castelo Real, neste seu aspecto de Museu, aperfeiçou-se na arte da restauração  sendo um importante Centro de Conservação de Obras de Arte, com vários departamentos dedicados à manutenção dos tapetes, pinturas, esculturas e outros objetos que fazem parte do seu acervo.
Ao longo do tempo seus prédios tiveram várias destinações: residência real por vários séculos, residência do Presidente da República, Palácio do Governo, Parlamento etc...Hoje o conjunto é na verdade um símbolo de unidade nacional. São os prédios mais visitados e importantes para o povo polonês.
Casario e Catedral de Wawel




Imagem de João Paulo, II próximo ao Museu da Catedral
São do século XIV os edifícios onde se encontra instalado o Museu da Catedral ,período em que foram feitas significativas reformas no complexo e a agregação de novas construções. Criado  por João Paulo II em 1978,  hoje o Museu leva o seu nome. Do lado externo há  uma imagem em bronze do filho da terra, reconhecido pelo Vaticano como Santo. 

Casas e plantas do interior da Cidadela
As edificações da cidadela se situam em volta de um pátio central ajardinado e lindo como se vê das fotos acima.Várias são as torres ( além das da Igreja), que dão o toque de contos de fada ao local: Torre dos Senadores, Torre dos Ladrões, Jordanka, Torre Sandomierz ( onde foram encontradas relíquias arqueológicas também), dentre outras. .   


A CAVERNA DO DRAGÃO ou  SMOCZA JAMA


Sob as colinas de Wawel há uma famosa caverna que pode ( e deve) ser visitada. Trata-se de uma gruta calcárea, com 250 m de extensão, mas que só é permitida a entrada ao público nos primeiros 80 metros.Começou a ser formada há 25 mil anos, no período paleolítico. Esta área visitável compõe-se de três grande salões. São duas as suas entradas; a natural ao pé do monte, junto ao passeio do Rio Vístula e a artificial a partir da Torre dos Ladrões , no alto do Castelo onde se desce 135 degraus até atingir o primeiro dos salões. Seguindo por uma passarela passará as outras câmaras.  
O Dragão de Wawel
 Na sua entrada externa há a figura do monstro, cuspindo fogo, a cada cinco minutos , o que impressiona e agrada o público. A gruta localiza-se abaixo da Catedral de São Estanislau e São Venceslau. A história do Dragão soa conhecida. Memórias da infância : um paquiderme que comia o rebanho e raptava moças. O Rei disse que daria a mão da filha ao jovem que o matasse. Muitos tentaram, mas foi um humilde sapateiro que conseguiu exterminar a fera que ameaçava a comunidade. Colocou pólvora dentro da pele de um carneiro, sendo o manso animal o prato predileto do monstro, atraindo sua gula. Quando a pólvora começou a queimar-lhe as entranhas ele se atirou no Rio, bebeu muita água e acabou explodindo. A Princesa casou-se então com o sapateiro esperto e viveram felizes para sempre. 


Depois das visitas, na saída fomos até a linda igreja barroca de São Bernardino, do século XVII, que dispensa elogios.
Igreja de São Bernardino

Dando a volta pelo Parque Planty encontramos a Rua ( Ullica)  Kanonicza, da qual já falei acima e onde fica o outro  Museu João Paulo II, situado na casa paroquial em que residiu o mais ilustre filho da cidade, na atualidade.



Museu João Paulo II

Depois deste longo passeio bateu a fome e seguindo pela Grodska na direção da Praça do Mercado a chamoso Restaurante Grazinskie Chaczapu ( Grodska, 5). Internamente ele tem mais apelação que a sua fachada. A comida bem saborosa, que naquele friozinho foi muito bem acompanhada de um vinho. 



Restaurant Grazinskie Chaczapu
A UNIVERSIDADE JAGELLONICA
www.uj.edu.pl

Situado na rua Galebia, 24 foi criação de Casimir III, o Grande, em 1364. É a mais velha universidade da Polônia. Levou o nome da dinastia do seu fundador.Uma rara casa de saber, com tradição de sete séculos e  cujos umbrais viu passar Nicolau Copérnico e Karol Woytila.É o orgulho dos poloneses e um de seus grandes tesouros.

Prédio da Universidade Jagellonica

Nicolau Copérnico diante do Collegium Novarum da Universidade Jagellonica

AS MINAS DE SAL

http://www.wieliczka-saltmine.com/



 Se você tiver tempo para se deslocar às minas de sal, verá um belo espetáculo. Esculturas e  capelas  povoam o reino branco das Minas de Sal WIELICZKA, produtiva do século XIII até o século passado ( alguns falam que ainda está endo explorada comercialmente, mas o maior movimento é mesmo de visitação turística). Aqui se fazem casamentos, conferências e concertos e a entrada é com guias ( idioma a escolher). Das igrejas a que mais atrai é a de Santa Cunegunda, mas há outras menores com lindas obras em sal, tanto esculturas feitas pelos mineiros, mas também por artistas atuais Em 1978 passou a constar da lista de bens do Patrimônio da Humanidade. É um passeio bem concorrido. O endereço é U. Danilo Wicza, 10 e está situada à 15 km de Cracóvia




A SAGA DOS  JUDEUS DE CRACÓVIA 


A história dos judeus nesta região começa com segregação. Era no Bairro chamado Kazimiers que estes imigrantes se concentravam antes da guerra ( cerca de 65 000). Hoje o bairro tenta sair da decadência e é mais uma rememoração histórica do que o reduto do povo judeu. Ali há bares alternativos e bons restaurantes muito procurados pelos turistas. 
Com a chegada dos alemães a Cracóvia , que a designaram como Capital  do Governo Geral da Polônia - na segunda metade de setembro de 1939, logo estes invasores trataram de dispersar os membros da  comunidade judaica. Muitos foram expulsos para as áreas rurais e de toda a antiga população permaneceram na cidade apenas 15 000 almas. No começo dos anos seguintes foram submetidos a uma mudança forçada, na verdade uma troca de suas casas pelas casas de poloneses num distrito do outro lado do Rio Vístula. Só que a população era desigual, os poloneses em número de 3 000 se espalharam pelas casas dos 15 000 judeus e estes se acomodaram nos pequenos apartamentos, como foi possível. Alguns ficaram sem casa, pelas ruas.O gueto se chamava  Podgórze.  Mais tarde, por volta de 1941 foi estabelecido próximo aem Cracóvia um campo de trabalhos forçados chamado Plaszow para nele concentrar parte destes mesmos judeus. 
Nesse novo reduto eles ficaram restritos , pois cercados por  muro e cercas de arame farpado sem direito a sair dali, sob pena de serem executados.Com apenas 4 saídas fortemente vigiadas. Em março de 1943 os nazis resolveram destruir o gueto de Podgórze e enviar para os Campos de  Plaszow 8000 pessoas consideradas aptas ao trabalho e os demais, cerca de 2000 foram executadas pelas ruas do gueto, mesmo
Durante todo o período da ocupação muitos foram mandados também para os campos de extermínio de  AUCHWITZ-BIERKNAU, situado a 64 km de Cracóvia ou ainda para o campo de extermínio de BELZEC. É  uma história tão repugnante e brutal que causa indignação não havendo nada que se lhe compare até os dias atuais. 
Belzec foi destruído e tentadas todas as formas de desaparecer seus vestígios e dos crimes ali perpetrados. Os de Aushwitz-Bierknau funcionam hoje como museu e as visitas e peregrinações são muitas. De Judeus vindo de todas as partes do mundo a americanos do norte, do centro e do sul, asiáticos e europeus de todos os rincões acorrem àquele lugar para verificarem in loco, as atrocidades ali cometidas. Num dos blogs que li o autor pedia perdão por ter acreditado na versão dos carrascos de que os campos concentravam pessoas para trabalhar, unicamente, mas que não teriam sido jamais locais de práticas de tortura ou massacres, muito menos execuções em câmaras de gás.Versão desmentida a uma simples visita ao local. Ali estão as ruínas dos fornos que os alemães não tiveram tempo de destruir totalmente. Os pertences da pessoas, como óculos e até cabelos formam montanhas,além de malas, sapatos, chinelos e uniformes, já que quando foram levados para o cativeiro poucos pertences podiam acompanhá-los. E assim foram mortos aos milhões, uns devagar, de fome e de frio, de excesso de trabalho e de doenças e outros executados da forma mais bárbara possível. 
E por isto nós nos recusamos a entrar naquele clima, conhecedores que éramos de que ali se perpetraram os mais atrozes crimes contra seres humanos. Não é preciso ver para saber. Todos que vão a Auschwitz voltam destroçados. 
Aqui acaba nossa viagem. Voltamos para Varsóvia vendo arte e beleza, bem mais leve para a bagagem de quem teve a oportunidade de ler e ver filmes sobre o Holocausto. Retornamos de trem para Varsóvia onde ficamos ainda uns dias e pegamos um avião da TAP de volta a Lisboa, onde também permanecemos descansando por mais outro par de dias, antes de voltar ao Brasil. Foi uma viagem incrível, no geral . Ficou apenas um pequeno travo amargo pela perda do Concerto em Berlim, sob a batuta do fantástico Maestro Sir Simon Rattle. O resto deixou muitas saudades. See You. 









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